Ourinhos é um município composto por muitas histórias, principalmente políticas. Como que em tempos anteriores da Revolução de 1930, o Partido Republicano Paulista (PRP) era quem mais controlava a vida política do estado de São Paulo. Com isso, em 1926 foi fundado um partido de oposição que em 1927 estava em sua primeira eleição, o Partido Democrático (PD).
Durante esta época, o voto era de modo distrital e Ourinhos fazia parte de um dos quatros distritos eleitorais e estava dividido o estado. O chefe político deste período era o Dr. Ataliba Leonel, político com origens em Piraju, cidade da região.
Portanto, o diretório político do PRP ourinhense era composto por:
Jacintho Ferreira e Sá
Coronel Vicente Amaral
Profº José Galvão
Coronel Antonio Leite
Capitão Benedito Ferreira
Hermenegildo Zanotto
Drº Teodureto Ferreira Gomes
Em dez dias antes das eleições gerais (Câmara Federal e Senado), o chefe político visitou a cidade e a recepção foi pelos integrantes do PRP e o seu conflito pessoal, o Partido Oposicionista Municipal (POM). Partido comandado por Emílio Leão. Drº José Esteves Mano Filho, Adelardo Fonseca teles, José Amaro Silva Leite e Domingos Lourenço.
As eleições foram realizadas no dia 24 de fevereiro de 1927 e votaram 162 eleitores. Em uma visão separada, 114 eram do PRP, 45 do POM e três do PD. Nas páginas do jornal impresso “A Voz do Povo”, a oposição declarava o seu inconformismo da presença ilegal das tropas no local de votação. Ao fim, integrantes do POM aderiram ao PD.
Romances
Outro feito do mesmo ano da eleição, era a promessa de um carnaval esplêndido em Ourinhos. A população aguardava pelos quatro dias de noites de baile no cine Central, evento promovido pelo Esporte Clube Operário. As pessoas sócias pagavam dois mil réis e as não sócias cinco mil réis para entrar na festa.
Inclusive, naquela época a cidade estava sendo abrilhantada com a inauguração do coreto da Praça Mello Peixoto e a instalação da nova estação ferroviária. E enquanto isso, no jornal era divulgado uma reclamação sobre o estado do cemitério.
E o mais interessante era ver textos de meninos apaixonados divulgados no jornal, eram versos dedicados para a sua amada. Um deles era Joaquim Miguel Leal, morador de Palmital-cidade da região, que em 1927 disse para sua noiva Belarmina:
“VISÃO
Rancho tosco à margem da estrada
Matas, campina verdejante
Flores de perfume inebriante
Lindas borboletas, passarada.
Ao fundo trepadeiras, ramarada,
Um florido mamoneiro adiante
Junto a uma roseira e não distante
O rio, uma barca; só mais nada.
Deslumbrado ao ver tanta beleza
Com que nos brindou a natureza
Pela mente nos perpassa uma visão
Visão bendita. Reconheço, é ela,
Minha deusa, meu amor, a minha bela
O anjo que roubou meu coração.
Palmital, 1927, J.M.Leal”
Já no ano seguinte, véspera da festa de São João (23/06) foi noticiado no “A Voz do Povo” o casamento de Joaquim de Belarmina. Uma publicação da imprensa em homenagem ao casal, principalmente para a jovem noiva de 96 anos.
Fonte: blog Memórias Ourinhenses
Você conhecia essa história?
Gostou desse conteúdo? Deixe seu comentário no campo abaixo! E se você conhece alguma história bacana da sua cidade e quer que ela seja contada aqui, entre em contato pelo e-mail: [email protected]