No interior dos estados, sempre tem alguma pessoa que é, de certa forma, um padrinho (a) da cultura local. Em Ourinhos, é o Cicero de Pais. Nascido no Paraná em 1954 e se tornou ourinhense desde 1980. É casado e pai de Aline, Kelly, Clarice e Douglas.

É um ser humano com vasta bagagem cultural que contribuiu para o desenvolvimento artístico da cidade. Sobrevive da arte da pintura em faixas, cartazes, fachadas, desenhos e muitos outros materiais. E para quem quiser ouvir, ele deixa muito claro o quanto ama o seu trabalho.

Foto: arquivo pessoal

Cicero também é amante da vertente teatral e do mundo poético e dos contos de fadas. Desde criança, no ensino fundamental, ele já gostava de escrever e no ensino médio iniciou suas aulas de teatro. Nomes renomados da arte foram os responsáveis por despertar o seu lado artístico.

“As obras de Shakespeare, Nelson Rodrigues, Millôr, Moliére e outros foram as responsáveis para que eu pudesse amar a literatura e a artes cênicas. Uma peça de teatro bem elaborada e produzida transcende os limites da realidade, dos atores e do público durante o espetáculo”, relata Cicero.

Incena-Teatro & Cia

O Incena está em atividade em Ourinhos desde 1986, o famoso legado de Cicero na área teatral na cidade. O maior objetivo é de estimular os ourinhenses a buscarem cada vez mais a arte e a cultura. Além da realização de feiras, saraus, exposições de artes plásticas e lançamentos de livros.

Por exemplo, o tão conhecido Concurso de Poesia faz parte do Incena. A sua primeira edição foi promovida em 1998 com parceria do Colégio Etec “Jacinto Ferreira de Sá”. “Todos que participam são poetas de Ourinhos e região e de outros estados e países. E em cada ano, as poesias expressam o contexto social que vivemos”, contou Cicero.

A sua esperança para o futuro é que os artistas tenham mais apoio e que lutem contra a exclusão cultural. O motivo é por Ourinhos ser uma cidade devagar no investimento cultural, mesmo sendo o berço de diversos artistas das mais diferentes vertentes.

Fotos: arquivo pessoal de tempos passados do Incena

Cicero e a arte…

Apesar de todo o seu trabalho e reconhecimento, Cicero ver a arte como um hobby. Sua paixão é desenhar, pintar e estar no palco em alguma peça teatral. Segundo ele mesmo, desta maneira ele não fica no tédio.

Com isso, Pais afirma não ser um poeta, “mas os versos da poesia permitem a compreensão da vida mais intensa. Na minha idade, o futuro deixa de ser preocupação. Vivo o presente. Cada manhã é uma dádiva”, conclui o artista.


Viva Cicero!


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