Ainda em clima de cultura e arte da 12° Mostra Sérgio Nunes de Artes Cênicas de Ourinhos, o texto de hoje é sobre o primeiro artista plástico da cidade. Ele é Cézar Pinto e começou a mostrar os seus trabalhos nos anos 30 a 50. Época de evidência dos afrescos, pintura mural antiga que persistia estar presente na história da arte.
A sua técnica era baseada em pigmentos diluídos em água e aplicava em argamassa fresca de cal queimada e areia. Ele era italiano, talvez se explique a influência por Michelangelo em suas obras de arte, da província de Pádua, no norte do país. Cézar chegou no Brasil em 1913 e mostrou para o que veio em São Paulo, Angra dos Reis (RJ), Mogi das Cruzes (SP), Jacarezinho (PR) e Ourinhos.
Nunca fez curso de arte, mas os seus dois anos de residência na França, antes de vir para as terras brasileiras, podem explicar a sua desenvoltura para a pintura. Lá, trabalhou como assistente de pintores em estúdios, um método tradicionalíssimo de aprendizado que perdurou por muito tempo.
Já em terras do povo de coração de ouro, fez pinturas para residências. Foi muito requisitado para produzir telões com cenas alusivas aos melodramas de circo com desenhos de acrobacias, palhaços, números com animais e tantas outras possíveis imaginações. Curioso é que ele também dedicava o seu tempo para o teatro folhetinesco popular.
Considerado imponente e culto, era quase que poliglota e muito boêmio. Ôooo vida boa! Foi casado com Maria Marioni Prosdócimi, também italiana, e tiveram 15 filhos. Faleceu em 5 de setembro de 1973.
Tereza Prosdócimi, a filha caçula, é ourinhense e tem 86 anos, é mãe de três filhos, sete netos e quatro bisnetos (de acordo com a época que um livro da cidade foi escrito). Tânia Faber Fernandes é neta de Cézar que disse:
“Ele pintava muito a Santa Ceia, mas era completamente ateu, às vezes até blasfemando contra as religiões. Isso eu, neta, me lembro muito bem”.
Realmente, ele foi um artista muito sábio e, segundo ele mesmo, participou da restauração das igrejas de Angra dos Reis e da Ordem Terceira de Mogi das Cruzes. Por fim, de todas as suas belíssimas pinturas, óleo sobre tela ou madeira, não é possível ter acesso. Fica na lembrança a importância do artista para toda a construção da arte de Ourinhos até o presente.
Fonte: “Ourinhos-Memórias de uma Cidade Paulista” – Jefferson Del Rios (livro)
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