No início do mês de maio, o estudante Vitor Hugo Silva se propôs a cumprir um desafio. Com a ajuda de uma amiga e um cartaz com os dizeres “Você confia em mim? Eu confio em você. Me dá um abraço?”, foi até o centro de Marília, vendou os olhos e esperou.
De pronto, o jovem chamou a atenção de alguns olhares que passavam pelo local.
“Muitas pessoas passavam e nem sequer olhavam para mim, outras paravam e só liam o que estava escrito”, conta.
Depois de algum tempo ali, de braços abertos à espera de alguma resposta para sua pergunta escrita no cartaz, Vitor foi surpreendido pelo primeiro abraço. E daí em diante, a corrente do bem se espalhou.
Ao todo, foram 72 abraços em menos de duas horas. “Isso faz a diferença na vida de 72 pessoas e na minha também”, comenta Vitor.
O vídeo do experimento realizado pelo estudante viralizou nas redes sociais e conta com centenas de curtidas e comentários. Na postagem, o jovem realça a importância de um abraço.
“Um gesto simples, mas imensamente gratificante. […] Muita gente irá partir desse mundo sem saber o que um abraço pode fazer na vida de uma pessoa. [..] Convivemos com pessoas que podem estar passando por momentos difíceis na vida e um abraço pode fazer toda a diferença”, reforça.
A ideia, que nasceu “da noite pro dia”, veio inspirada em um dado triste da cidade. “Um dia antes, vimos que a cidade de Marília estava entre as primeiras com o maior índice de suicídio do estado. Isso me impactou muito. A gente nunca sabe o que as pessoas estão passando e, às vezes, um abraço pode ajudar”, explica.
“Como um abraço de vó”
Em meio aos mais de 70 abraços recebidos por Vitor naquele dia, dois deles fizeram com que o estudante relembrasse o principal motivo do experimento: espalhar o amor.
“Uma moça passou, me deu um abraço forte e disse: ‘Sinta-se abraçado como um abraço de vó’. Isso me emocionou muito”, conta.
O gesto do jovem chamou tanta atenção que até quem estava no trânsito parou para cumprimentá-lo. “Um moço parou o carro no meio da rua e veio me abraçar. Ele disse ‘Não tenho muito tempo, mas achei lindo seu gesto'”, lembra.
O experimento é simples, mas deixou uma lição valiosa na vida de Vitor e de todas as 72 pessoas que deram e receberam amor naquele dia.
“Se você ainda tem a oportunidade de abraçar alguém, não perca tempo. Depois pode ser tarde”, finaliza.
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