A Delegacia da Mulher de Marília inaugurou recentemente a sua ‘Sala Lilás’. O local tem como propósito o acolhimento humanizado de vítimas de violência doméstica.

O projeto da ‘Sala Lilás’ começou no Rio Grande do Sul, em 2013. A perita criminal Andrea Brochier teve a ideia de implementar esse espaço de segurança para as mulheres e seus filhos aguardarem atendimento nas Delegacias Especializadas.

Dos 26 estados do Brasil, apenas Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e São Paulo têm esse projeto implementado.

Em Marília, a Delegacia da Mulher já conta com uma equipe composta por diferentes profissionais como psicólogos, assistentes sociais, psiquiatras e enfermeiras.

O diferencial do local é sua ambientação. Móveis aconchegantes, ar condicionado, brinquedos e livros de colorir para crianças, material informativo e mensagens de apoio fazem parte da estrutura.

A Delegacia da Mulher de Marília está localizada no endereço R. Dr. Joaquim de Abreu Sampaio Vidal, 146 (Foto: Divulgação)

A psicanalista Beatriz Fejgelman explica a importância de se ter uma sala reservada para isso: “essas mulheres que já passam por violências cotidianas ao sentir um ambiente hostil na delegacia podem desistir de fazer suas denúncias. O contato com ela precisa essa sensibilidade para escutar essas histórias difíceis de agressões.”

Beatriz ressalta que existem questões “além de fazer boletins de ocorrência ou emitir medidas judiciais. É extremamente importante cuidar das feridas e memórias que marcam essas mulheres”.

Denúncias

Segundo um levantamento de dados feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 52% das mulheres vítimas de violência doméstica não denunciam seu agressor.

Beatriz explica que os fatores que influenciam na inibição pela procura de ajuda estão diretamente ligados com o acolhimento na Delegacia da Mulher: “medo de serem atendidas por homens, não serem escutadas ou não terem um lugar acolhedor para ficar durante esse processo.”

“O que pode parecer apenas uma sala confortável, já é uma grande diferença para as horas de angústia dessas mulheres que buscam o serviço. Esse é um momento muito delicado em que a mulher está vulnerável e precisa de um lugar acolhedor em que sinta confiança”, finaliza a psicanalista.


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