Da dificuldade para o empreendedorismo. A padaria “Das Angélicas” começou em um momento de crise, a professora estava desempregada e para se reinventar decidiu montar uma padaria em sua casa. Como não tinha recursos, usou da ajuda de uma vaquinha virtual para dar seus primeiros passos para construir seu negócio.

Maria Angélica tem apenas 31 anos e uma história de superação e muita força de vontade. Foi criada pelo seu pai e com 10 anos já o ajudava na sapataria, ofício que exerceu até entrar no curso de pedagogia, na universidade pública de Marília. Logo após formada, começou a lecionar e também iniciou o mestrado. Para ter uma renda extra começou a fazer pães, fez um curso de fermentação natural e vendia para alguns amigos de faculdade.

Em 2020, muita coisa mudou, a faculdade ficou sem aulas e ela perdeu o emprego. Foi aí que surgiu a ideia de fortalecer a fabricação dos pães, decidiu arriscar e tentar uma vaquinha virtual, já que não tinha recursos para comprar equipamentos e um forno industrial. Para sua surpresa, em um mês conseguiu R$ 5.000,00. “Foram pessoas que acreditaram no meu potencial, com esse dinheiro montei a padaria onde seria minha sala e comecei a trabalhar ali”, conta Angélica.

Ela compra seus produtos e faz até algumas entregas de bicicleta, trabalha sozinha com a ajuda de seu pai que embrulha os pães. Amassa cada receita na mão, pois ainda não tem uma masseira industrial.

Para ter mais conhecimento sobre o assunto, começou a estudar a fundo sobre padaria e o uso do levain (fermento natural), já que Angelica só faz pães de fermentação natural. Pesquisou padeiros renomados, brasileiros e internacionais, e diversas técnicas e variações de pães.

“Fui fazendo descobertas, me apropriando deste vasto mundo dos pães, de certa forma autodidata, testando receitas”, relata a padeira que criou sua linha de pães e se destacou com a Foccaccia, receita italiana, que é seu carro chefe.

Suas fornadas saem de sábado, e algumas extras de quarta-feira, já que voltou a dar aula em escola pública e dividi seu tempo de padeira com a de professora em sala de aula, onde pôde levar seu conhecimento da panificação para a escola.

“Estava já muito vinculada a padaria, e quando voltou as aulas, montei um projeto para ensinar as crianças sobre a história do pão na humanidade e mostrar que eles também poderiam fazer seus próprios pães. Contei sobre a fermentação natural, algo novo mas muito importante, fazendo eles aprenderem desde pequeno a diferença dos produtos naturais e dos industrializados”, conta a professora.

Fazer os pães na escola criou uma memória afetiva nos alunos: “criamos um espaço de amorosidade no ambiente escolar através do pão”, completa emocionada.

Seus pães naturais e seu amor pelo que faz vem conquistando uma grande clientela, em um ano da padaria “Das Angelicas”, com propaganda somente pelo Instagram, já consegue vender mais de 100 unidades ao mês.

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