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O nome do município surgiu além de uma necessidade. Ele foi uma inspiração! Naquela época, eram construídas muitas estradas de ferro. E, na nossa região, estava sendo feita a ligação entre uma cidade e a outra. As cidades, eram compostas pelos nomes da letra do alfabeto. No caso, a Companhia Paulista de Estradas e Ferro estavam na letra “L”.

No lugar onde era para ser denominado “Alto Cafezal”, foi cogitado, em uma conversa entre Dr. Alfredo Pinto (Chefe do Escritório Central da Companhia Paulista de Estradas de Ferro) e Bento de Abreu Sampaio Vidal, decidiram que o nome com a letra “L” seria Lácio, por ser compatível com a linguagem local.

Sendo assim, a próxima via de ferro a ser construída seria com a letra M. Aí entra na história do nosso querido município.

Um dos expedicionários, em uma viagem à Europa, procurou um livro para ler. O primeiro que encontrou foi o “Marília de Dirceu”, um famoso poema de Thomaz Antônio Gonzaga. Daí surgiu a ideia de manter esse nome para à cidade.

Confira abaixo o poema:

“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’ expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Eu vi o meu semblante numa fonte,
Dos anos inda não está cortado:
Os pastores, que habitam este monte,
Com tal destreza toco a sanfoninha,
Que inveja até me tem o próprio Alceste:
Ao som dela concerto a voz celeste;
Nem canto letra, que não seja minha,
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Mas tendo tantos dotes da ventura,
Só apreço lhes dou, gentil Pastora,
Depois que teu afeto me segura,
Que queres do que tenho ser senhora.
É bom, minha Marília, é bom ser dono
De um rebanho, que cubra monte, e prado;
Porém, gentil Pastora, o teu agrado
Vale mais q’um rebanho, e mais q’um trono.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Os teus olhos espalham luz divina,
A quem a luz do Sol em vão se atreve:
Papoula, ou rosa delicada, e fina,
Te cobre as faces, que são cor de neve.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
Teu lindo corpo bálsamos vapora.
Ah! Não, não fez o Céu, gentil Pastora,
Para glória de Amor igual tesouro.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Leve-me a sementeira muito embora
O rio sobre os campos levantado:
Acabe, acabe a peste matadora,
Sem deixar uma rês, o nédio gado.
Já destes bens, Marília, não preciso:
Nem me cega a paixão, que o mundo arrasta;
Para viver feliz, Marília, basta
Que os olhos movas, e me dês um riso.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Irás a divertir-te na floresta,
Sustentada, Marília, no meu braço;
Ali descansarei a quente sesta,
Dormindo um leve sono em teu regaço:
Enquanto a luta jogam os Pastores,
E emparelhados correm nas campinas,
Toucarei teus cabelos de boninas,
Nos troncos gravarei os teus louvores.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!”

“Marília de Dirceu” (Thomaz Antônio Gonzaga)

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