“O céu de Marília é único, totalmente diferente dos outros lugares em que estive.”

A frase foi dita anos atrás pelo compositor, artista plástico e cineasta Sérgio Ricardo, nascido em Marília e que foi um dos precursores da bossa-nova ao lado de João Gilberto e entre outros mestres da MPB. Outra característica que marca na cidade Símbolo de Amor e Liberdade é o vento.

Conforme o escritor e jornalista Nelson Liano Júnior, que fez a primeira edição do livro ‘O Alquimista’, escrito pelo seu amigo Paulo Coelho, as rajadas de ar que sopram pelos quatro cantos desta cidade também são exclusivas e garantem uma atmosfera realmente especial.

Esta relação inspiradora da cidade não foram exclusivas de artistas natos daqui, como Nelson Liano Júnior e Sérgio Ricardo. Mesmo aqueles artistas que pela cidade passaram por algumas horas – seja para a realização de um show, seja para uma temporada de turnê pela região – acabaram sentindo um ambiente inspirador para criar ou produzir artes. Confira cinco vezes em que Marília emprestou sua poesia natural para artistas e famosos.

1. O relógio de Hans Donner

O mago das aberturas de telenovelas e clips institucionais da rede Globo, Hans Donner, certa vez durante uma palestra numa das universidades da cidade apresentava o projeto do relógio do milênio. Isso acontecia nos anos anteriores à virada do milênio e Donner desenvolveu uma contagem regressiva para a chegada do ano 2000 estilizando um relógio. Durante a palestra, um universitário se levantou e questionou o designer se não seria possível ele projetar um relógio para que as pessoas pudessem acompanhar a contagem regressiva, mas que fosse uma peça com um valor mais acessível. Donner voltou para o Rio de Janeiro com essa inquietação. Meses depois, o designer voltou para a cidade com o relógio que criou e ainda pediu para que fosse instalada uma contagem regressiva para o milênio na parede do Paço Municipal, o que de fato aconteceu.

Hans falou a arquitetos na loja Império Persa, na avenida Nilo Peçanha, na Capital, onde apresentou a peça
Hans Donner

2. Milionário & José Rico no Abreuzão

Antes desta passagem do relógio de Hans Donner, na segunda metade dos anos de 1990, uma dupla muito querida pelos marilienses e pela região, presenteou a cidade com algo até então inédito: a gravação de um CD ao vivo durante show na cidade. A dupla Milionário & José Rico escolheram o estádio Bento de Abreu, o ‘Abreuzão’, para instalar o palco e os equipamentos de gravação. O show foi acompanhado por centenas de fãs. Muitos se recordam das interrupções necessárias para as gravações e do inesquecível Zé Rico explicando ao público que as paradas eram técnicas.

Morre o cantor José Rico que fazia dupla com Milionário - VAGALUME
Milionário & José Rico

3. “Aqui parece Paris”, disse Caetano Veloso

Durante uma das passagens de Caetano Veloso por Marília, na década de 1980, um dos músicos responsáveis pela vinda do cantor para a cidade o levou para jantar num restaurante na rua Quatro de Abril, no centro da cidade. Ao deixarem o estabelecimento, o compositor baiano olhou para o sentido bairro da rua central e notou que caía uma chuva fina, bem fraca. Os toldos das lojas da Quatro de Abril gotejavam e o cantor teve um insight e afirmou alto: ‘Parília!’. O colega mariliense o indagou: ‘O quê?’. Caetano, então, teria respondido: ‘Parília, é Paris com Marília! Aqui parece Paris!’.

ABRAMUS
Caetano Veloso.

4. Cena da novela “Rei do Gado”

Marília inspirou uma novela inteira: ‘Morde & Assopra’, exibida pela Globo no horário das 19 horas, escrita por Walcyr Carrasco, autor que viveu na cidade na infância e adolescência. Mas antes disso, o novelista Benedito Ruy Barbosa, nascido em Gália e crescido em Vera Cruz, presenciou em Marília um fato que anos depois o motivou a escrever a cena antológica na novela ‘O rei do gado’. É o momento em que o pai vai recepcionar o filho que estaria voltando da II Guerra, mas recebe a notícia de que o filho morrera em combate. A cena foi vivida por Tarcísio Meira.

Fascinado pela Amazônia e dono de fazenda, Tarcísio Meira cultivava relação  de décadas com o campo - Revista Globo Rural | Cultura
Tarcísio Meira atuando na novela “O Rei do Gado”.

5. Música de Moraes Moreira

Na década de 1980 o cantor e compositor Moraes Moreira, que anos antes havia liderado o conjunto Novos Baianos, passou por Marília e leu a inscrição do prédio da Prefeitura Municipal: ‘Cidade Símbolo de Amor e Liberdade’. Moreira refletiu sobre o lema, percorreu algumas ruas do centro e lhe surgiu a inspiração para o sucesso ‘Mulher e Cidade Marília’.

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Moraes Moreira.

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