A pequena Vila Contente é uma das mais tradicionais e queridas da cidade.
Mas você sabe como ela surgiu e porquê leva esse nome?
De Lisboa para Lençóis
No início do Século XX, Portugal sofria uma crise econômica. Empobrecimento e fome assolavam todos os cantos da terra-mãe, o que levava centenas de famílias a migrarem para outros países afim de buscar um recomeço.
Foi nesse cenário que em 1912 o casal José Maria Contente e Maria Luiza Guardada Contente e seu filho Manuel Contente embarcaram em um navio rumo ao Brasil. Na época Sra. Luiza estava gravida de seu segundo filho e deu à luz a Joaquim Maria Contente durante a viagem.
Se instalaram no bairro do Belenzinho, em São Paulo. Local que ficou conhecido por ser o reduto de vários portugueses imigrantes, e foi lá que Sr. José iniciou seus trabalhos em uma empreiteira que desenvolvia diversos serviços no interior do estado.
Das estradas para o café
A família acabou se aprofundando nos trabalhos da empreiteira e viajando pelo estado em construções de estradas. De carroças os quatro viajaram por várias cidades, até chegarem a jovem Lençóis Paulista, onde se anexaram a fazenda Farturinha e Bocaina. E logo após se fixarem na comunidade sua terceira filha nasceu, Deolinda Contente.
Após os filhos atingirem a vida adulta o casal se mudou para a cidade vizinha, Areiópolis, na década de 1940, onde se dedicaram a agricultura, sobretudo ao plantio de café, e ali permaneceram até seus falecimentos, juntos, no fim daquela década.
Mas o legado da família permaneceu, Manuel e Deolina se mudaram para onde os pais viviam em Areiópolis, e o jovem Joaquim Maria permaneceu na cidade.
O Bar e a mudança de vida
Em 1942 abriu um bar no centro da cidade, o que se tornou sua principal fonte de renda, ali na quadra principal da Rua 15 de Novembro, onde posteriormente funcionou por anos o famoso Bar do Chopp.
Após quatro anos no mesmo endereço, Joaquim decidiu reinstalar o bar na Rua 9 de Julho, onde ao mesmo tempo iniciou sua nova atividade: o comércio de lenha para servir de combustível para as locomotivas da ferrovia Sorocabana. O negócio se expandiu tanto chegando a empregar mais de 40 pessoas, o que rendeu boa fama a família dentre a comunidade.
No início da década seguinte o comércio de lenhas enfraqueceu com a chegada das locomotivas movidas a óleo diesel, o que motivou a família a mudar novamente seu ramo de atuação, agora para a construção civil.
O ponto onde atuava o bar e depois a sedes das fábricas logo foi vendido para a tradicional família Casagrande, mas essa é uma história para outra matéria!
Em busca da modernidade
Joaquim Maria Contente pode ser definido como um visionário.
Após deixar o comércio e o ramo da construção ainda na metade da década de 1950 o então patriarca da Família Contente decidiu comprar uma chácara aos arredores da cidade, que pertencia a Francisco Capelo, outra figura de uma família tradicional da cidade, mas que também é história para outro dia! 😉
A região era tomada por matagais em todos os lados, e apenas uma grande estrada de terra conectava a cidade com a chácara e uma destilaria de álcool federal.
Percebendo a falta de energia elétrica e de fornecimento de água na região, Sr. Joaquim iniciou a sua própria instalação de rede elétrica e uma construção de uma caixa d’água, no mesmo local onde estão as atuais, construidas pela prefeitura. Tudo com um só objetivo: Lotear as terras que possuía e tornar o local em uma vila moderna.
A construção e o legado
Para poder finalizar a construção o curso do Rio Lençóis teve de ser modificado ao ponto de não atravessar mais as terras da chácara. Igualmente a ferrovia Sorocabana teve seu curso alterado, tudo para o progresso lençoense!
No fim houve o loteamento, anos após o pontapé inicial de Sr. Joaquim dando início a Vila que emprestou seu sobrenome: Contente. Vila essa que recebeu tantos de nós com tanto amor.
Sr. Joaquim fundou um local repleto de carinho e progresso, foi casado durante toda sua vida com sua amada Maria Alonso Contente e teve nove filhos que perpetuaram seu sobrenome pelo bairro, onde muitos ainda continuaram a viver até hoje, onde gerações carregam seu nome. Muitos sem ao menos imaginar o porquê!
A Vila Contente é amada pelos que lá ainda vivem e pelos que tiveram suas vidas marcadas ao passar por ali.
E quais histórias e lembranças você recorda da Vila Contente?
Conta para a gente aqui nos comentários!
#solutudodebom
Fonte de consulta e pesquisa histórica: Grandes Famílias de Lençóis e Macatuba – Projeto: Moisés Rocha, Texto: Marcos Paulo da Silva e Conceição Giglioli Carpanezi – Editora Folha Popular.
Quando criança, na década de 50, eu passava com a família
Quando criança na década de 50, eu passava com a família em frente à casa dos Contente, que ficava ao lado da destilaria. Era nosso caminho para o sítio dos Baccili, nossos parentes, que ficava ao lado da chácara dos Contente.
Muito boa essa matéria. Conheci a família, mas não sabia dessa saga.
Sr.Joaquim e D.Maria.. tive o prazer de crescer visinho deles…até hoje desde 1960 meus pais moram vizinhos da casa do Sr Joaquim….eu me criei ali.. conheço cada um da família…. e sabe onde eu estou hoje….. em Loures… ao lado de Lisboa…..
Eu sou ivani silva dos santos por volta de 1960 moravamos em Barra Bonita meus pais trabalhVa com a cana de acucar numa detas entre safra fomos morar em Lencois Paulista e logo na vila Contente por um ano moramos ai que deixou na minha infancia muitas saudades Os Carani fazia um presepio lindo pra gente ver e o Zilo Lorenzete dava de presente acucar para os Lencolense e eu fiz meu terceiro ano escolarai na escota do centro atraz da igreja S jose a minha professora o nome dela me lembro bem Dona Celina Cicone a que saudades dai bons tempos aqueles hj moro em Sorocaba perto de S Paulo
Nossa tenho lembranças muito boas desse bairro nasci lá e morei até meus 17 anos lembro que a família contente tinha um comércio tipo um mercadinho de vila e também eu e meus amigos íamos muito na destilaria pegar manga sempre tinha um senhor que corria atrás de nós só tenho boas lembranças
Nossa tenho lembranças muito boas desse bairro nasci lá e morei até meus 17 anos lembro que a família contente tinha um comércio tipo um mercadinho de vila e também eu e meus amigos íamos muito na destilaria pegar manga sempre tinha um senhor que corria atrás de nós só tenho boas lembranças