Sabemos o quanto a fé move os moradores de Lençóis Paulista. Tanto é que as fundações e primeiras histórias de nossa cidade sempre são atreladas a fé e religiosidade de seus moradores.

Uma destas histórias se amarra à lendas, a verdade e os “causos” que se confundem e se tornam uma coisa só. E esta é uma delas.

Capela de Areia Branca

No início na década de 1950, o distrito de Alfredo Guedes, um bairro isolado do centro de Lençóis Paulista, possuía o nome de Capela de Areia Branca devido a construção da capela central do povoado. Essa foi erguida por jesuítas e após um tempo deixada para os que chegaram para morar no pequeno local. Com o tempo, as terras foram loteadas e distribuídas entre fazendeiros do ramo cafeeiro que era tão poderoso que chegou ao ponto de possuir mais de 200 mil pés de café no povoado.

Foto: Autor Desconhecido via Site Oficial Câmara Municipal de Lençóis Paulista – Reprodução.

As duas Igrejas

O crescimento do distrito ali, pelos anos 1950 a 1960, foi tanto que o bairro recebeu até um cartório próprio. Famílias se aproximavam e estabilizavam. Em alguns momentos, o distrito teve mais atividades que a própria cidade de Lençóis Paulista.

No distrito foram erguidas duas capelas que pertencem a paróquia de Nossa Senhora Aparecida de Lençóis, são elas: Senhor Bom Jesus e São Benedito. Infelizmente, na época o racismo e a segregação racial eram presentes e agressivos em todo o centro oeste e isso refletia nas capelas. Senhor Bom Jesus atendia exclusivamente a comunidade branca do distrito, enquanto São Benedito recebia a comunidade negra.

Foto: Igreja São Benedito – Autor Desconhecido via WikiMedia

A tempestade que uniu as igrejas

Desde sua fundação, o distrito realiza procissões durante o mês de agosto com fiéis saindo de ambas as capelas com bandas, pétalas de flores sendo jogadas pela rua e cânticos.

Dizem as lendas que em um ano específico as duas igrejas saiam em suas procissões com as comunidades sendo divididas etnicamente, como era a tradição. Então, surgiu uma grande tempestade, ventos agressivos, raios e trovões tomavam conta de todo o céu.

A chuva era tão forte que obrigou ambos os grupos a se abrigarem juntos. Os líderes das capelas entenderam aquilo como uma advertência divina para que a segregação e divisão racial fosse interrompida para sempre e que as duas capelas deveriam caminhar juntas.

Foto: Jose Reynaldo da Fonseca via Wikipedia – Reprodução.

Transformados para sempre

Hoje, as igrejas não possuem mais suas separações e atendem com muito amor a todos que lá se aproximam. E suas procissões? Foram modificadas para apenas uma que sai de uma igreja e segue até a outra, carregando a atual união das capelas todos os anos durante o mês de agosto. Demonstrando a devoção e fé dos moradores do distrito de Alfredo Guedes.

Se foi o divino ou não naquele dia, a fé de cada um responderá, mas o que se sabe é que hoje as igrejas acolhem a todos, sem olhar cor de pele, mas, sim, o coração repleto de amor.

Foto: Arquivo O ECO via Site Oficial – Reprodução.

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2 COMENTÁRIOS

    • Muito obrigado!!

      Confira mais histórias como essas clicando na miniatura com meu nome, abaixo do texto. Abraços!

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