Há cerca de dois anos, Ademir de Oliveira, o ‘Miro’ das lives com discos de vinil, que contamos outro dia aqui mesmo, assumiu um propósito consigo e com a cidade: fazer a diferença em Jundiaí coletando tampinhas de garrafa.

Mas, será que apenas uma pessoa tirando do meio ambiente simples tampinhas de garrafa fará mesmo alguma diferença? Olha, pode até ser que uma andorinha só não faça verão, mas tenha certeza: um Miro faz transformação! E você vai entender o porquê. 😉

Todos os dias Miro faz a sua ronda à procura das tampinhas. (Foto: Anderson Oliveira/Solutudo)

Inspiração

Miro conta o fato que lhe inspirou a começar a sua própria campanha de coleta: justamente o exemplo de uma outra jundiaiense que faz a sua parte para deixar o mundo um pouco melhor.

“Eu trabalhava de porteiro em um condomínio quando eu vi pela primeira vez a campanha ‘Tampinhas Solidárias’, promovida pela Mara, que faz um trabalho muito bonito de arrecadação, troca ou venda das tampinhas para no fim angariar novelos de lã para o seu projeto. Eu comecei dando apoio justamente a ela”, lembra.

Ele referiu-se à Mara Gisele Pereira, fundadora e diretora do Projeto Fios Encantados, que une voluntários dispostos a gastar seu tempo para confeccionar touquinhas de lã para crianças em tratamento oncológico. Depois dê uma olhadinha na matéria que fizemos com ela. 😉

Miro também ajuda na arrecadação realizada pelo Instituto Luiz Braille. “Lá eles vendem essas tampinhas e, pelo que me passaram, parte da valor usam para a manutenção da sede da entidade e para comprar itens do dia a dia. Dependendo do valor que foi arrecadado no mês, uma outra parte eles doam para outras entidades”, afirma.

Miro no ponto de arrecadação do Luiz Braille. (Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução)

Olhares transformados

A transformação começa aqui, com a coleta das tampinhas, que é realizada entre amigos próximos e familiares, e por um galãozinho de 5 litros deixado em bares e comércios. Conforme enchem, Miro pessoalmente vai buscá-los e, quando em torno de seis deles são preenchidos até a boca, ele mesmo os entrega nos pontos de arrecadação das entidades.

E, no caminho até os pontos, olhem só, mais transformação!

“Certa vez, estava esperando o ônibus para ir até o Luiz Braille, e eu via que as pessoas olhavam curiosas para mim carregando aqueles galões transparentes cheios de tampinhas coloridas. Conforme eu aguardava o ônibus chegar, uma senhora veio conversar comigo, querendo entender o porquê eu estava com aquelas tampinhas. E eu expliquei a finalidade, ela achou muito legal e disse que começaria a também participar e perguntou como que ela poderia fazer”, relembra como transformou aqueles olhares e questionamentos em inspiração.

 O sentimento é de ver uma coisa útil pra sociedade e pro meio ambiente. Às vezes eu pego tampinha na rua, e não tenho vergonha mesmo. Melhor fazer isso do que deixar e entupir um bueiro, deixar acumular água e virar um criadouro do mosquito da Dengue.

Fios Encantados

Mara, que é a idealizadora e presidente do Fios Encantados e quem inspirou (talvez sem saber) Miro, explica que a ideia de arrecadar tampinhas de garrafa para auxiliar na compra dos materiais para o projeto foi de uma professora do Sesi, que inclusive já foi voluntária do projeto. “Ela se apaixonou pelo projeto, e já pensou lá na frente também. Precisamos tirar esse material do meio ambiente! Começamos então a ‘doutrinar’ as crianças e adultos, porque reciclando tiramos o plástico, o papelão do meio ambiente. O lucro pra nós é baixo, mas o propósito maior é conscientizar a população que precisamos cuidar do meio ambiente”, explica Mara.

Também posso ajudar?

Mas é claro! Na visão de Miro, quanto mais gente, melhor será! “O mais importante é a gente se unir! É pra ajudar o Fios Encantados, o Luiz Braille ou outra entidade? Não importa! Cada um fazendo a sua parte, juntando as tampinhas, o meio ambiente e as entidades agradecerão!”

Para contribuir com a Fios Encantados, Miro indica entrar em contato direto com a responsável do Projeto ou ir à Guaraú, comércio de sucatas que fica na região da Vila Hortolândia e que tem parceria com a iniciativa. “É só chegar com o montante de tampinhas e falar que é doação para o Fios Encantados. Eles fazem a pesagem na hora”. Para ajudar o Luiz Braille, é só se dirigir com sua doação à sede do instituto e pronto! 🙂

Miro geralmente faz as entregas de ônibus mesmo. Só vai de carro quando não consegue dar conta de tantas tampinhas coletadas! ? (Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução)

E ele ainda dá as dicas do que vale para ajudar: “vale tampinha de garrafa PET, de caixinha de leite, detergente, amaciante, até tampa de achocolatado vale! Sendo de plástico, tudo vale“.

Se todo mundo separasse esse material, poderia muito bem ajudar o meio ambiente e as entidades.


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