Nada melhor do que adoçar o nosso Dia dos Namorados com uma bela história de amor, não é mesmo? ? Preparem então os coraçõezinhos porque história é de um casal aqui de Jundiaí que, olha, mesmo após quase 60 anos juntos, não perderam a essência do amor. São, de fato, eternos namorados!

Dessa vez não foi Santo Antônio

Muitos dizem que é para Santo Antônio que os apaixonados (e também os encalhados ?) devem recorrer para se casar. Mas, com o seu Delvano de Araújo e a dona Maria Fernandes Araújo, o santo casamenteiro passou o bastão para um outro santo, também muito popular. ?

Foi em um bailão de São João que os pombinhos, que já trocavam olhares quando se encontravam no sítio em que trabalhavam, no interior do Paraná, se conheceram melhor e começaram a namorar. “O namoro de antigamente não é que nem o de agora, não. Era mais recatado, sem beijo ou abraço. Era pegar na mão mesmo e sempre junto com a família. Os namorados não ficavam sozinhos”, comenta a dona Maria, lembrando de seus 10 meses de namoro.

Os meses se passaram, o casal foi se conhecendo e finalmente no dia 23 de maio de 1963, o casório aconteceu! Tudo feito com simplicidade, mas muito amor! Dali 11 meses o primogênito, José Maria, veio ao mundo, abrindo o caminho para seus outros 4 irmãos: a Carmem, Luzia, Rita e Antônio.

Carmem Aparecida de Araújo Zanotello, a primeira mulher entre os filhos do casal, enfatiza que todos foram criados na roça, com muita luta e sacrifício, mas também com muita ternura e fartura. “Nunca nos faltou nada, e nem a escola. Todos nós estudamos, nosso pai fazia questão dos estudos“, lembra. Em 1977 a família mudou-se para Jundiaí, e aqui o casal começou uma nova etapa de sua vida, com os filhos crescendo na cidade.

Eternos namorados

Dona Maria diz que o casal nunca foi de comemorar o Dia dos Namorados, embora sempre celebrasse o aniversário de casamento. Nas bodas ‘maiores’, como a de 25 anos de casados, fizeram a primeira renovação dos votos, e nas Bodas de Ouro, comemoraram com uma missa na capela do bairro, dedicada a Nossa Senhora Aparecida, e com um almoço para os familiares e amigos.

Entre os dois, Dona Maria nem precisa pensar muito para dizer quem é o mais romântico. Logicamente, é ela! “Não tem jeito, sou mesmo a mais amorosa, que agrada mais. É próprio da mulher. Ele é mais durão, seco, mas sempre nos demos bem“, afirma.

Na alegria e na tristeza

Em seus mais de 50 anos juntos, sem dúvidas foram muitas as alegrias compartilhadas, mas também inúmeras as tristezas e dificuldades vividas. Entre esses momentos de dor, está a partida de dois dos cinco filhos do casal. “Nesses momentos, o apoio dos dois, como casal, foi crucial, foi o que ajudou a superarem esses momentos difíceis”, a filha afirma.

Mas nem só de lágrimas é a vida, né? Em 2002, dona Maria lembra que o esposo a levou para uma viagem ao estado de Mato Grosso, para visitar uma irmã que há muitos anos não via. E foi muito mais do que uma simples viagem pra casa de parente, viu? ? “Foi uma viagem romântica pelo simples fato de só ter ido nós dois. Passamos por Campo Grande, Tangará da Serra, na volta passamos também pelo Paraná. Foi uma viagem que causou muita alegria pra gente.”

Na saúde e na doença

O tempo passou, a idade chegou e, junto, alguns desafios… Aos 83 anos de idade, seu Delvanos está em uma cadeira de rodas depois de dois AVCs. Hoje ele depende dos cuidados de sua esposa e dos filhos, especialmente da Carmem, que mora no mesmo quintal. “A gente cuida dele como se fosse um bebê: banho, alimentação, cuidado com medicamentos.”

E, apesar da dona Maria ter também seus probleminhas de saúde – diabete, hipertensão, problemas na coluna -, ainda sim ela cuida com toda dedicação e paciência de seu maior amor. ?

O tempo não apaga o amor verdadeiro, mesmo com toda essa situação eles continuam se amando, cuidando um do outro. Ele sempre tem uma preocupação com ela, se ela está bem, se ela está se alimentando. Ela, de comprar as coisas que meu pai precisa, cuidando da alimentação e nunca esquecendo do leite, do queijo, de uma fruta, que não podem faltar no café da manhã dele. Tudo isso demonstra o amor um pelo outro”, conta emocionada a filha.

Testemunhas do amor

Carmem também conta da alegria que é sentar-se à mesa com toda família e com os amigos para comer o famoso “franguinho na panela”. “Aqui, a gente gosta de casa cheia, então a gente gosta de agradar e eu acho que as pessoas gostam da gente, porque vem todo mundo aqui. Então acho que, para mim, é mais do que exemplo. Eles sempre se preocuparam com os filhos e netos. Minha mãe sempre esteve pronta para ajudar com uma palavra, uma oração, com um cuidado, com a alimentação.”

Dona Maria diz que nunca faltou nada, nem entre o casal, nem para os filhos, muito menos para as tantas pessoas que frequentam a casa da família. “A casa sempre foi cheia de gente, rodeada de gente, amigos, afilhados, eu e ele nunca deixamos faltar nada, sempre apoiamos um ao outro“.

O amor entre nós dois é como que uma aliança feita por Deus com o homem. Ele nos abençoou naquele sítio lá no Paraná. Quando olhamos um para o outro, já tinha a mão de Deus ali. E o nosso casamento só fortificou nosso amor. Não quer dizer que nunca houve briga, todo casamento tem isso. Mas hoje, continuam unidos.

Todos os dias, por volta das 18h, o casal assiste, de mãos dadas, a missa pela TV Aparecida. “A fé sempre esteve do lado deles, minha mãe sempre foi uma pessoa de fé, forte na fé, então eles estão ai, firmes e fortes e eu agradeço a Deus por tudo isso, por tê-los ao meu lado e poder participar de tudo isso”, afirma Carmem.

Aaah, minha gente… que lindooo!! ??? Para eles, para vocês, para todos os apaixonados, um feliz Dia dos Namorados! ❤


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