Leandra é formada em psicologia e especializada na área hospitalar. Formou-se há 24 anos e atuou nas áreas de pacientes terminais e oncológicos, trabalhando com oncologia infantil.

“Quando estudei psicologia, não se falava na área hospitalar, numa sala com 60 mulheres, eu sempre dizia que faria psicologia hospitalar e todos falavam, ‘Você é louca, você não vai conseguir‘, eu dizia ‘Vou sim, vou ser psicóloga hospitalar do Hospital Boldrini na Unicamp’, e eu fui!” Ela contou que essa experiência a ajudou muito ao longo da carreira, trazendo crescimento para enfrentar certas situações e encarar a vida com mais positividade.

Educação

Paralelo às suas atividades como psicóloga, sempre se interessou pela área da educação. Em 2001, decidiu sair da área hospitalar e continuar apenas na área acadêmica, ministrando aulas de psicologia hospitalar para o curso técnico de enfermagem no Colégio Tableau.

Ela disse que a diretora do Colégio Tableau (sua mãe) a chamou para trabalhar em alguns projetos como auxiliar de coordenação, “Fiquei 2 anos trabalhando nisso e, posteriormente, fiquei 17 anos atuando como coordenadora geral dos cursos técnicos.” Foi aí que decidiu fazer pedagogia e, em 2010, houve a necessidade de ir para área de educação e assumir a direção de uma nova unidade do colégio. Seu sonho concretizou-se com a criação de um colégio de educação infantil e ensino médio, que fazia parte da rede Tableau de ensino.

Em 2016, em função de uma mudança societária, Leandra se desvinculou da rede Tableau e fundou o Colégio Campos Elíseos, cujo nome homenageia o bairro aonde está localizado. “Nesse mesmo ano houve a necessidade de ir para área da gestão, fui me qualificar e fiz um curso de coaching, fui buscando cada vez mais conhecimento e inovação para agregar ao novo empreendimento. Sou muito grata por ter uma equipe de colaboradores que acredita na proposta transformadora através do conhecimento.”

O novo colégio trouxe muita autonomia e independência para crescer, ampliar e proporcionar, aos alunos, diferenciais que agregam na formação Educacional. De lá para cá, o crescimento foi de cerca de 35%. Novas parcerias surgiram, diversas inovações foram implementadas, e a equipe foi ampliada.

Novos caminhos

Os pais acreditaram muita nessa nova proposta, que utiliza a tecnologia e projetos criteriosamente pensados e planejados para que os alunos adquiram competências e sejam os protagonistas do processo Ensino x Aprendizagem.

Para Leandra, o grande desafio nessa história foi conseguir equilibrar as funções de mãe, mulher, esposa, empresária e diretora. “Sempre tive meu marido, Maurício, ao meu lado, com quem sou casada há 20 anos e que sempre me apoiou em todas as questões e me impulsionou para que hoje eu estivesse aqui. Ele sempre disse, ‘Você vai, você pode’, nós conseguimos revezar para cuidar de nossa querida filha Nathalia, ele sendo médico, foi um desafio, mas acredito que tudo nós podemos. Muitos jovens de hoje potencializam muito a terceirização do problema, ‘Eu não consigo porque alguém não permite’, ‘Não vou pra frente porque eu não posso’, eu acredito que nós podemos tudo! Desde que tenhamos um foco e o propósito de vencer!

A formação familiar também me ajudou, venho de mulheres extremamente fortes e independentes, que fazem a diferença no mercado de trabalho. Minha mãe sempre dizia para mim e minha irmã ‘Vocês têm que trabalhar, tem que ter o dinheiro de vocês.’”

O que mais a motiva a continuar nessa área é que os alunos de sua escola sejam agentes transformadores de seus futuros, “Queremos que eles tenham uma participação ativa na escola e em seu processo de ensino. Que a escola não seja apenas um local onde professores despejam conteúdo sem participação do aluno. O jovem de hoje precisa ser preparado para o mundo de amanhã e ter capacidade de escolha, a escola é inovadora e abre a mente do aluno para que ele participe e interaja.”

Mulher!

Ela acredita que a chave para seu sucesso é acreditar em si mesma, e que é capaz! “Hoje temos mulheres extremamente significativas na sociedade e com representatividade no mundo, não me sinto uma pessoa empoderada, e sim alguém que agarrou as oportunidades da melhor maneira possível. Nasci com uma deficiência física e não fiz disso uma vitimização pra minha vida, muito pelo contrário. Eu tinha duas opções, ou ficava trancada no quarto chorando, ou ia para o mundo, eu escolhi ir para o mundo. Não podemos permitir que o outro afete tanto em nossa escolha de destino.”

Perguntamos para ela como era ser mulher: “Eu adoro ser mulher, agradeço por nascer assim e poder ter a graça de ser mãe da Nathalia. É a única pessoa que me dá aquilo que ninguém pode dar, o exercício de ser mãe dela. Ser mulher, para mim hoje, é estar no mercado de trabalho, ser mãe, ter um relacionamento estruturado e saudável, pois vemos uma série de mulheres com relacionamentos afetivos destrutivos, ter ao seu lado alguém que te respeita como indivíduo e confie em você. É agregar tudo isso, sem perder a feminilidade, e poder ter oportunidades igualitárias no mercado de trabalho.”

Meu grande legado é que você pode acreditar no seu propósito, você tem que erguer a cabeça e seguir em frente, quando temos um foco, objetivo e propósito, ninguém pode ser mais forte do que aquilo que você acredita.


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