A história de reinvenção da cuidadora de idosos Shirlei Andrea começou cerca de 15 anos atrás, quando seu pai teve câncer e ela se viu em um beco sem saída. “Eu era leiga no assunto, como conseguiria cuidar de uma pessoa debilitada?” Shirlei conta que seu pai precisou usar sonda e fazer uma série de tratamentos. Para aprender a lidar um pouco melhor com a situação, decidiu fazer um curso de auxiliar de enfermagem, pois queria poder cuidar dele da melhor forma possível.

Após 2 anos de tratamento, ele se recuperou, e claro, foi uma festa para toda a família! Mas, o que todo mundo não contava é que, 12 anos mais tarde, a doença voltaria, e de uma maneira mais agressiva. “A diferença é que quando meu pai teve da primeira vez ele era bem mais jovem, e nessa segunda vez, após algum tempo, já estava mais velho, com a pele mais sensível”. Foi aí que ela percebeu que só o curso de enfermagem não era o suficiente para ajudar no tratamento de seu querido pai, e que precisaria ir além.

Oportunidade à vista!

Ela, que sempre frequentou a Paróquia Nossa Senhora de Fátima e o Centro Comunitário da Vila Hortolândia (CCVH), enxergou em 2018 a oportunidade de fazer um curso de cuidador de idosos na instituição. O que de início foi uma inspiração por causa da condição do pai, tornou-se profissão. “O curso que fiz me ensinou muito e pude colocar a mão na massa. Às vezes, pensamos que é fácil cuidar de um idoso, mas não é, você tem que ter várias técnicas e conhecimentos.”

Por ter feito o curso de enfermagem anteriormente, ela também consegue fazer curativos, aplicar insulina, dentre outras coisas que também ajudam no dia a dia da profissão. “Adoro esse trabalho, você vive aquilo. São pessoas que tem uma história, algumas aceitam envelhecer, mas a maioria não, alguns ficam revoltados, outros levam numa boa, na brincadeira”. De toda forma, ela gosta muito do que faz, sempre prezando muito pela educação e respeito.

E ela quase não para! Trabalha todos os dias nos horários que surgirem demandas. Inclusive nos contou que os velhinhos adoram a sua companhia, dizem que ela realmente tem o dom! “É muito além de apenas ficar de olho nos idosos. Consiste em dar um abraço, conversar, dar carinho“, afirma. Shirlei também nos contou que alguns idosos pedem até para ela ler a Bíblia. ?

Apoio da comunidade

Shirlei fala com orgulho sobre o CCVH, lugar que a acolheu e onde conquistou sua formação como cuidadora. “Ele foi muito importante pra mim, tem muitas oportunidades, cursos, ginástica, oficinas para terceira idade, zumba (que ela também participa) e muitas outras atividades.”

Hoje, com 46 anos, nunca pensou em desistir, trabalha somente com isso e muito de seus serviços vem através de indicações. Ela ama esse contato com o ser humano: “Já trabalhei em empresas fechadas, mas, sem dúvidas, prefiro o contato com as pessoas.” E ela não quer parar, vou? Assim como adora os idosos, também ama crianças, e pensa em fazer um curso de pedagogia ou de cuidadora infantil. ?

Nunca é tarde para começar uma nova profissão, por mais que as portas se fechem, você tem que insistir! Algumas pessoas te desanimam, mas para tudo tem que ter um dom, não é só querer, tem que gostar, ter respeito pelo ser humano, tratar as pessoas como gostaria de ser tratado. Isso que eu carrego comigo e passo para minhas filhas, você faz o bem e vai receber o bem. O mundo é muito grande e todos são diferentes, mas cada um tem a sua beleza e sempre que conversamos com alguém aprendemos algo novo.


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