Já há algumas semanas que estamos todos, sem exceção, experimentando drásticas mudanças de hábitos e na rotina do dia a dia. E, sem dúvidas, uma das profissões que mais foram afetadas pelo distanciamento social foi justamente a de professor.

Foi a sala de aula que mudou, o contato com os alunos que agora se dá de uma outra forma… A vida do professor parece que virou de ponta cabeça! Imagina então como que está a dos alunos? Quem é professor ou tem filhos em idade escolar, sabe bem do que estou falando. ??

Para entender melhor como que está sendo para cada um dos lados passar por tuuudo isso, conversamos com a Leandra, que é diretora de uma escola aqui da cidade, a Valdinéia e a Jéssica, que são professoras, e o pequeno Mateus, aluno do ensino fundamental, que contam de que forma estão vivenciando o ensino em casa. ?

Desafio diário

A diretora do Colégio Campos Elíseos, Leandra Maia Diniz, lembra que a escola já vinha investindo desde 2012 em formações de cultura digital para a equipe e em equipamentos. “Mesmo assim, foi um desafio enorme transformar a escola para o ensino remoto. Porém, estávamos prontos, não para essa realidade tão atípica, mas preparados com ferramentas que agregam para o ensino digital”, explica.

Desde o início das medidas de distanciamento social (entre elas, a suspensão das aulas), foram realizadas inúmeras reuniões virtuais, justamente para traçar os processos pedagógicos e a estrutura das aulas on-line. “Utilizamos nas aulas diversas ferramentas, desde plataformas de conteúdo pedagógico que já faziam parte da nossa realidade, até as videoaulas ao vivo e também as gravadas, além de uma plataforma para acesso dos alunos, onde podemos incluir atividades e fóruns interativos.”.

O aprendizado é contínuo, cada dia um novo dia. Aprendemos que a Educação nunca mais será a mesma, será um grande marco na história da educação. Sairemos sim, mas não como entramos, dessa pandemia. O valor do professor e da escola será definitivamente internalizado pelas famílias e alunos.

Educação para todos

A educação inclusiva, como poderíamos imaginar, também tem os seus desafios e sofreu adaptações. Segundo a professora Valdinéia Nascimento, que acompanha o aluno surdocego Gustavolembra dele? Contamos aqui sua história -, apesar da relação não estar ocorrendo diretamente por conta do distanciamento social, uma vez que a comunicação com o surdocego exige contato físico, a mãe do Gustavo, que também é professora, tem exercido papel fundamental em seu aprendizado durante a quarentena.

“As orientações em relação às atividades são direcionadas à mãe, que posteriormente as coloca em prática em casa com o Gustavo. Ela me envia registros em vídeo e em fotos que demonstram o envolvimento dele nestas propostas.”

Vocês repararam nesse material todo colorido e diferente do Gustavo? Todos eles foram feitos pela professora Valdinéia na escola, com o auxílio e especialmente para o garoto! São feitos de EVA e material tátil, como cascas de frutas. A professora tem um canal mostrando como é o material e como foi feito. Você pode acessar o ‘Libras Além dos Sinais’, no YouTube, clicando aqui.

Valdinéia ressalta a importância do envolvimento familiar para o melhor aprendizado da criança: “Principalmente para que a criança não fique em casa sem propostas que desenvolvam habilidades, sejam de ordem cognitiva, motora ou social. O importante é ter uma ocupação e aproveitar ao máximo o tempo com a família, algo positivo deste momento.”

Para a mãe do pequeno Gustavo, Jéssica Mariano Gonçalves, que é professora da rede municipal, esse tempo de aulas em casa tem sido de muitos aprendizados, apesar dos inúmeros desafios. “Agora sou professora em tempo integral: no período da manhã me dedico aos meus alunos e no período da tarde minha dedicação é com o aprendizado e desenvolvimento do meu filho.”

No início fiquei angustiada em como as coisas iriam fluir. Não foi fácil se adequar a uma rotina totalmente diferente da habitual, mas aos poucos tudo foi se encaixando e começou a caminhar.  O mais importante é dar o nosso melhor em tudo que nos compete, independente das circunstâncias.

Jéssica, mãe e professora

Super-heróis!

A rotina não apenas do pequeno Mateus, mas de toda a sua família, também sofreu uma mudança radical. Sua mãe, Juliana Morasco Botasso, conta que a família toda teve que se adaptar, propondo uma rotina como se ele ainda estivesse em sala de aula. “Priorizamos diariamente os estudos durante a semana, dando alguns intervalos entre uma atividade e outra para que ele possa descansar e não se estressar”, conta ela.

O Mateus tem a chamada ‘Distrofia Muscular Congênita Merosina Negativa’ que, segundo Juliana, “é uma doença que atinge a parte muscular, impossibilitando ele andar, e deixando-o com pouca força, porém mantendo a parte cognitiva preservada”. Também por isso ele mantém esse sorrisão e toda a dedicação e empenho nos estudos! ?

O garoto afirma que foi fácil se adaptar à nova rotina, já que, segundo ele mesmo, está no conforto de casa e conta, além de tudo o que é necessário para estudar, com o apoio dos pais e dos professores. ? “Em casa não tem a bagunça da sala de aula, consigo prestar mais atenção ao conteúdo e com isso entendo as matérias com mais rapidez. Eu consigo fazer tudo certo e ainda sobra um tempo para brincar e jogar online com meus amigos”, conta o nosso amiguinho gamer! ?

E até pode muita coisa ter mudado com as aulas em casa, mas Juliana garante que o que não mudou foi a admiração que eles têm com os professores. “Eles são essenciais para o aprendizado. Sempre tivemos tamanha admiração pelos professores, mas confesso que hoje, em meio a essa pandemia, nossa admiração aumentou e muito”, conta a mãe.

E, cá entre nós: nada se compara com a presença física do mestre, não é? Mas, apesar de tudo, Mateus conta que essa relação com os professores, à distância, está sendo boa. “O contato de um professor a outro é diferente, cada um tem a sua forma de ensinar, alguns por slides e vídeos gravados, outros professores fazem live, que é a forma que eu mais gosto, pois me sinto mais perto deles.”

E, mesmo na distância, que falta faz um professor na vida da gente… Imagina então se eles não existissem? Deus me livre! E o Mateus e sua mãe sabem muito bem disso, viu? Tanto que o garotinho tem um sonho mega especial: quando crescer, ser também um professor! ?‍?

Tenho orgulho de saber que o Mateus quer ser um professor de matemática, e conversando com ele em meio a tudo isso, hoje ele tem mais certeza disso, e diz que os professores que fazem a diferença no mundo. Os professores são heróis que moldam os nossos filhos para o futuro, e para eles o nosso muito obrigado.

Juliana, mãe

Que lindo, né? ? Parabéns, professores! Vocês não prepararam os nossos cidadãos de amanhã, não! Vocês, sim, se dedicam e cuidam do nosso presente! E o Gustavo e o Mateus são prova disso. ??‍??‍?


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