Dia 31 de janeiro é comemorado o Dia do Mágico. Siim, aquele artista que encanta e surpreende a todos em suas apresentações! Ah, vai dizer que ao vivo, na sua frente, ou na TV você nunca ficou de boca aberta com algum truque feito por esses caras? ?

Realmente, são profissionais que fascinam a qualquer um! E para comemorar em grande estilo essa data, entrevistamos o 4º melhor mágico do mundo, o William Venturi Cristofoletti. Natural de Rio Claro, ele e sua família vieram morar em Jundiaí em 2018, ano em que conquistou a façanha no Campeonato Mundial de Mágica.

Aqui, vamos muito além do ‘abracadabra’. O artista que encanta multidões com seus espetáculos que vão muito além da mágica, conta um pouco sobre sua história, seu primeiro contato com a mágica e como desenvolve seus shows. Ah, e claro, fala também sobre a emoção de ser o melhor mágico da América Latina e o 4º melhor do mundo. ?

Bora lá? ?

Por que do ‘Seven’?

Esse nome foi dado por um apresentador de um espetáculo Varieté no Parque Temático Hopi Hari em 2001. Até então eu era apenas o Mágico William. Sem me avisar, ao me apresentar, disse: “E agora com vocês, o mágico das multidões William Seven!”

Após essa apresentação todos começaram a me chamar de Seven. Desde então adotei o nome até hoje.

Como conheceu e se apaixonou pela mágica?

Eu não conheci meu pai biológico. Ele faleceu minha mãe ainda estava grávida de mim.

Aos seis anos de idade eu ganhei de presente de amigo secreto da minha escola uma caixa que ensinava a fazer algumas mágicas. A partir daí passei a brincar de fazer mágica para minha família.

Aos meus sete anos o circo Orlando Orfei foi à minha cidade. Lá tinha um mágico chamado Júlio Lipan. Eu me apaixonei pelas mágicas que ele fazia. Minha mãe, além das mágicas se apaixonou pelo mágico também (risos). Fomos conhecer os bastidores do circo. Eles começaram a namorar, se casaram e, a partir daí, começou de fato minha vida na mágica.

William, em uma foto escura, com terno também escuro, jogando cartas.
William Seven carrega atualmente o título de melhor mágico latino-americano. (Foto: Arquivo Pessoal)

Quem te inspirou e quem te inspira?

A música, o teatro, cinema, dança, circo… tudo isso me inspira.

Claro que meu pai me influenciou muito direta e indiretamente. Outros mágicos que me inspiram e influenciaram: Juan Tamariz, Ricardo Harada, Dani Daortiz, Arturo de Ascânio, David Copperfield, entre muitos outros.

Por que veio morar em Jundiaí?

De 2011 a 2018 morei na ilha de Florianópolis em Santa Catarina. Meu filho nasceu lá em 2015. Em 2017 comecei a viajar muito devido ao prêmio Latino-Americano de Mágicas.

Decidimos nos mudar para Jundiaí porque meus sogros e cunhados moram aqui. Além de querer proporcionar ao meu filho a experiência de viver próximos aos avós, Jundiaí é uma cidade estratégica por ser próxima à São Paulo e de dois aeroportos importantes (Viracopos e Guarulhos).

William sentado com um baralho de cartas aberto e elementos de seu show 'a maçã' à sua esquerda, que lhe rendeu o 4º lugar no campeonato mundial de mágica.
William Seven é um mágico em busca constante pela transformação e aprimoramento de sua arte” (Foto: Arquivo Pessoal)

Qual a diferença entre mágica e ilusionismo?

Apesar de alguns colegas se referirem às grandes ilusões como Ilusionismo, eu considero mágica e ilusionismo sinônimos. As duas são a arte de produzir o encantamento através do inexplicável.

Resumindo, para mim, mágica e ilusionismo são a mesma coisa.

Qual é o estilo dos shows do William Seven?

Tenho dois estilos de shows. Um deles é o show de mágica onde a protagonista é a própria mágica, ou seja, são apresentados efeitos de mágica com intuito de divertir a plateia através do inexplicável.

O outro estilo é utilizando o teatro para comunicar a mágica. Contar uma história com efeitos de ilusionismo, com dramaticidade característica de cada personagem, com uma história, onde os efeitos de mágica permeiam o espetáculo a fim de emocionar a plateia.

O primeiro estilo é mais engraçado. Busco utilizar do humor para me comunicar e me divertir também. Um amigo mágico chamado Merpin, da Argentina, certa vez me disse: “Se você não se diverte fazendo mágica você não entendeu absolutamente nada sobre a sua arte.” Acho que ele está completamente certo. Se você não se diverte com o que faz, ninguém vai se divertir também e sua missão como artista fracassou.

Como são seus shows? E como você os desenvolve?

Meus shows têm em sua maioria uma intensa participação da plateia. Procuro utilizar de ferramentas como a música, o humor, o teatro, para me comunicar. Meu objetivo com eles é de alguma forma transformar a plateia através de emoção, encantamento e assombro. Tento fazer a plateia rir, se assombrar e se emocionar em diferentes momentos do espetáculo.

Para desenvolver meus espetáculos, busco ajuda de pessoas que confio e admiro. Artistas amigos e de uma artista especificamente: minha esposa Salma Hernandez. Muitas vezes venho com uma ideia, a apresento para ela e a partir daí começa um brainstorming intenso onde seus aportes possui grande relevância, pois me mostra o olhar do leigo e o olhar técnico adquirido ao longo dos anos vivendo a mágica comigo.

Foto do mágico com terno e sentado.
“Trato de beber de outras fontes a fim de levar o encantamento e o assombro ao público.” (Foto: Arquivo Pessoal)

Quais e como são os seus espetáculos?

Tenho dois espetáculos teatrais: “A Maçã” e “Encantos e Venturas” e dois espetáculos que podem ser apresentados em casas de família, empresas, festas, feiras, etc.

A Maçã conta a história de um senhor chamado Nicholau Souberdes que sofre do mal de Alzhemer. Um fragmento deste espetáculo ganhou o prêmio Latino-Americano.

Encantos e Venturas conta a minha história na mágica, como comecei, o encontro com meu mestre e nossa despedida. Encantos e Venturas é um espetáculo muito bonito para toda a família. A Maçã já para o público adulto.

Como foi participar do Campeonato Latino-Americano e do Mundial e, respectivamente, ficar em 1º e 4º lugares?

O Campeonato Latino-Americano já foi um sonho realizado.

Minha ideia de participar desse campeonato, que acontece a cada três anos, era de mostrar uma ideia que eu acreditava. Queria mostrar minha maneira de encarar a minha arte. Mostrar uma possibilidade interessante que eu estava apaixonado. Claro que quando me predispus a competir, adoraria ganhar, mas a ideia principal era mostrar meu trabalho. Se ganhasse seria ótimo, se não, estaria excelente mesmo assim.

Minha surpresa foi ter ganhado o Grand Prix da Mágica. Um prêmio que está acima do primeiro lugar. Para ganhar o Grand Prix é necessário praticamente a pontuação máxima de todos os jurados em todos os quesitos.

Esse prêmio me deu o aval para competir no Mundial na Coreia do Sul. Isso sim foi além do sonho. Algo que nunca sequer tinha passado pela minha cabeça. Lá ganhei o prêmio de quarto lugar e o respeito de grandes mestres que eu admiro.

Teaser dos shows de Wiiliam, com trechos do momento da premiação em Buenos Aires do torneio sul-americano em que foi campeão, em 2017.

O que é necessário para ser mágico?

Gostar além do que se possa imaginar. É preciso muita dedicação, por isso é necessário gostar na mesma intensidade.

Dai Vernon, o mestres dos mestres da mágica moderna, certa vez perguntou a um aprendiz: “Quanto tempo você está disposto a se sacrificar treinando mágica?” O discípulo respondeu: “Oito a dez horas!”. Então o mestre falou: “Então desista. Se você encara isso como um sacrifício você não serve para isso.”

Acho que é mais ou menos isso, passar horas e horas treinando e criando, aí percebe que ficou o dia inteiro fazendo a mesma coisa e ainda sai pensando que o dia poderia ser um pouco mais longo.


William ainda quer muito mais. Além de se preparar para o próximo campeonato mundial de mágica, em 2021 no Canadá, os planos do mágico não têm limites: “O próximo projeto é excursionar com meus espetáculos pelo Brasil e exterior e me preparar para o próximo campeonato mundial”.

William Seven, o 4º melhor do mundo, segurando o troféu de 1º lugar do grand prix latino-americano 2017.
Traz o 1º lugar pra gente, William! (Foto: Arquivo Pessoal)

Desejamos toda a sorte e sucesso para você, William Seven! ?

Serviço

William Seven Ilusionista


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