Hoje (15 de agosto) é feriado em Jundiaí e em diversas outras cidades no Brasil. Você sabe a história por trás dessa data em celebração a Padroeira de Jundiaí, Nossa Senhora do Desterro? Ela também é a padroeira da Catedral da cidade e sua história se confunde com a fundação de Jundiaí, entenda um pouco como foi a sua construção e suas influências históricas e religiosas.

No ano de 1651, iniciou-se a construção da igreja que substituiria a primeira capela feita pelos considerados fundadores de Jundiaí, Rafael de Oliveira e Petronilha Antunes. Eles foram um dos primeiros colonizadores que chegaram a região, em 1615. Há relatos de que eles fugiram de São Paulo por motivações políticas, já que no século XVII foi um período de expansão dos paulistas pelo estado, relacionado ao movimento bandeirante. Após a fuga, eles se refugiaram nos arredores da cidade e fundaram a Freguesia de Nossa Senhora do Desterro que, em 1655, foi elevada à categoria de Vila em 14 de Dezembro (aniversário de Jundiaí). Nessa época a igreja já havia sido dedicada à Sagrada Família, tendo como padroeira Nossa Senhora do Desterro.

Catedral em 1864 – Foto: Prof. Maurício Ferreira

Mas por que Nossa Senhora do Desterro?

A Nossa Senhora do Desterro é muito venerada na Itália como a “Madonna degli Emigrati”, sendo padroeira daqueles que foram obrigados a deixar sua pátria para se refugiarem em outros locais, ou partirem a procura de trabalho estrangeiro. O próprio nome faz referência a isso, pois a palavra desterro significa exílio, banimento, ficar sem a terra natal. Dizem que aqueles que oram para a padroeira não são atingidos por muitos problemas que imigrantes acabam tendo em sua jornada, como fome, doenças e guerra.

A imagem da Nossa Senhora do Desterro está relacionada com a Sagrada família, isso se refere à fuga da Sagrada Família para o Egito por causa da perseguição do Rei Herodes, quando ele mandou matar todas as crianças que nasceram naquela época, porque as profecias diziam que dali nasceria o Rei dos Judeus. Nossa Senhora permaneceu cerca de quatro anos fugitiva, desterrada no Egito. Por essa razão, ela também é conhecida como ‘Nossa Senhora da Fuga’.

Ela é padroeira dos imigrantes e viajantes, visto que após uma mudança de terra, é necessário uma adaptação a nova língua, costumes e cultura da região. É a padroeira da cidade porque é aquela, segundo o catolicismo, que protege, que defende, que é como uma mãe. Tudo isso tem muito a ver com a história dos refugiados que vieram para a cidade e também aos imigrantes italianos que vieram para Jundiaí buscando melhores condições de vida, fugindo da crise e desemprego na Europa. Além desses, outros povos também vieram para cá como portugueses, japoneses e os escravos africanos.

Catedral Nossa Senhora do Desterro

Catedral 1956 – Foto: Prof. Maurício Ferreira

A Catedral foi construída em taipa de pilão e possuía tendências arquitetônicas barroco-portuguesas. Em 1886, a então Igreja de Nossa Senhora do Desterro passou por grande reforma e teve totalmente alterado seu estilo para Neogótico – que tentava resgatar as características do estilo gótico. Carregado de simbolismo teológico, tal estilo busca expressar a grandiosidade: tudo se volta para o alto, em direção aos céus e a Deus.

Como complemento dessa reforma, em 1921, por sugestão do então vigário, cônego Hygino de Campos, o interior da igreja sofreu novas transformações. Passou a ter abóbadas ogivais, recebeu vitrais e as paredes ganharam belíssimos afrescos do artista plástico italiano Arnaldo Mecozzi. Após, há indicações de que a igreja passou por outras reformas e transformações e entre os anos de 1997 e 2000, a Catedral sofreu reformas estruturais e foi restaurada integralmente. As obras incluíram a ampliação da Cripta da Catedral onde hoje estão sepultados três de seus quatro bispos – dom Gabriel Paulino Bueno Couto (1º bispo diocesano); dom Roberto Pinarello Almeida (2º) e dom Amaury Castanho (3º).

Foto: Prof. Maurício Ferreira/Mario Sérgio Esteves

Fonte: Catedral Jundiaí; Cruz Terra Santa; Tribuna de Jundiaí; Prefeitura de Jundiaí.
Foto: Prof. Maurício Ferreira/Mario Sérgio Esteves.


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