Não é de hoje que as transmissões ao vivo, as famosas lives, existem. Há alguns anos elas já fazem parte da vida de quem tem alguma rede social. Porém, a importância e o espaço que elas têm ganhado nesse período de isolamento social tem chamado a atenção e tem sido uma saída para o impedimento de eventos ‘presenciais’. ?

E foi buscando o seu lugar ao sol – e, diga-se de passagem, bem antes da multiplicação das ‘lives musicais’ -, que o jundiaiense Ademir de Oliveira, lá em 2017, resolveu também entrar ao vivo e, logo de cara, querendo inovar! “A partir do momento que eu comecei acompanhar mais o Facebook eu via muitas lives com as quais eu não me identificava. Veio então a vontade de fazer algo diferente mesmo, de resgatar as décadas passadas, de 70, 80, tudo nos discos de vinil e ao vivo”, conta.

Passados 3 anos da primeira live, o ‘Miro’, como Ademir é mais conhecido, acumula histórias – e muitos, muitos discos! ?

A música faz parte da história do Miro! (Foto: Anderson Oliveira/Solutudo)

O início de tudo

Miro conta que sempre gostou muito de música, e isso desde criança. Seus gêneros favoritos sempre foram os sucessos de discoteca, as melodias românticas internacionais que fizeram sucesso nas novelas dos anos 70 e 80 e claro, o bom e velho Rock’n Roll. “Aos 15 anos eu comecei a comprar os meus discos de vinil. Como eu estava trabalhando e gostava muito de música, eu e meu irmão compramos uma Sonata Rio, que acho que muita gente nem sabe o que é, mas é um aparelho de som”, brinca o amante de discos.

Aos sábados à noite, Miro com seu irmão tocavam os discos naquele aparelho, e praticamente transformavam a casa de seus pais em clube. “A galera ia todo sabadão lá. Com os amigos mais próximos e os primos fazíamos brincadeiras e até confraternizações, era bem legal mesmo. Então tudo isso aqui começou lá atrás”, apontando para sua coleção de discos.

Elvis ao lado de um Sonda Gradiente que, “naquela época, todo mundo queria ter ou Sony ou Gradiente. Este aqui deve ter uns 30 anos e tá aqui ó, intacto”. (Foto: Anderson Oliveira/Solutudo)

Paixão pelo vinil e pelo ao vivo

E que coleção, viu? Miro estima que são em torno de 300 discos! Essa quantidade é a de discos que ele não troca por nada, vale ressaltar. Ele ainda tem mais alguns que usa como moeda de troca para os álbuns que ainda não possui.

Mas, e se no momento da live alguém pedir alguma música e ele não tiver? Será que ele iria recorrer ao CD ou ao YouTube? “Olha, até já me pediram música do Mamonas Assassinas e, apesar de não ter o disco mas o CD sim, eu não toquei. Meu objetivo aqui é entreter com o disco, esse é o meu diferencial. CD, pendrive, qualquer um toca em uma live. Agora uma live à noite, com um cara usando óculos escuros, pegando um disco com as luzes baixas e ainda acertar as ranhuras dele na agulha? Isso tudo precisa de gosto, ter prática. E, graças a Deus, eu tenho a prática e não mudo.” Respondido? 😉

Paixão à primeira vista… Vinis! (Foto: Anderson Oliveira/Solutudo)

Até já me falaram uma vez de, ao invés de fazer ao vivo, eu gravasse com uma música tocando para postar um outro dia. Mas não é o que eu quero, o que eu quero mesmo é estar ali, ao vivo e interagindo com as pessoas. Se eu errar, será ao vivo, e eu quero saber na hora o que o pessoal tem pra dizer, passar pra mim. Por isso eu acho legal e manter nesse formato, e no disco de vinil.

As mais pedidas

Ademir, opa, Miro conta que um elemento importantíssimo que sempre esteve em suas lives é a interação dele com o público. Ele conversa com a galera de Jundiaí, de Barueri, do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, até da Bahia, e também acolhe seus pedidos, viu?

“Não pode faltar de música nacional Whisky a Go-Go, Estúpido Cupido, Banho de Lua. De internacional o pessoal pede os sucessos do Beatles, Elvis, Guns N’ Roses, Bon Jovi, Kiss, e aí vai. O pessoal gosta também de discoteca, e parece mentira, mas a galera é apaixonada, literalmente, pelas músicas românticas.”

E parece que temos um outro apaixonado aqui também, né? ?

E sabe por quem mais o pessoal é apaixonado? Ah, rapaz, esse o próprio Miro te conta: “Tem pessoa que até já se considera ‘mirete’. Não tem as chacretes e as silvetes? Essas são as seguidores do miro“, se diverte.

Embalos de quarentena

O dia tradicional das lives, desde o início, era às sextas-feiras. Miro conta que os amigos próximos lhe ajudaram a escolher o dia por conta dos compromissos que as pessoas tinham aos finais de semana, e o horário das 20h às 21h na sexta-feira foi considerado ideal. “Com a quarentena, eu comecei a fazer lives também aos domingos, das 14h às 15h. O pessoal me pedia pra fazer algo pra passar a tarde curtindo, então achei legal e comecei a fazer.”

E bota curtição nisso! ?

Miro tem percebido que, desde o início da quarentena, suas lives têm alcançado mais gente, e isso é motivo de grande alegria! “De sexta o pessoal que costumava assistir ao jornal na TV, acho que não está aguentando mais. Na TV só se fala a mesma coisa, tá muito maçante ouvir coisas ruins, então o pessoal está mais nas lives, estão ao vivo ali comigo, com muita animação pra gente esquecer um pouco dos problemas”, finaliza.


Muito bacana como nosso povo é criativo, né? ? Valorizemos o que tem de bom em nossa terra, e as pessoas que fazem com o seu pouquinho a diferença. ?

Aaaah, e deixa te contar: o Miro fez uma live especial essa semana! Você viu? Nós estivemos lá acompanhando tudo! Dá só uma olhadinha:

Legal, né? ? Então não se esqueça: todas as sextas-feiras, das 20h às 21h, e domingos das 14h às 15h o Miro faz lá em seu perfil no Facebook as lives! Você pode acessá-las por este link aqui. Boa live! ??

Entrevista: Anderson Oliveira
Edição: Mateus Storti


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