A Associação Aquática Jundiaí é uma OSC (Organização da Sociedade Civil) e entidade sem fins lucrativos, fundada em 2008, por atletas do Clube Jundiaiense (CJ) que tiveram a ideia de criar um outro local em Jundiaí que tivesse o polo aquático, idealizando o projeto “Braçadas para o Futuro”, iniciado em dezembro de 2013. O projeto é fruto de uma parceria com a Faculdade UniAnchieta e tem como objetivo proporcionar a crianças e adolescentes de 07 a 15 anos em situação de vulnerabilidade, a inclusão social por meio do esporte, gerando oportunidades de crescimento intelectual e social, através do polo aquático, um esporte completo que trabalha o corpo e a mente.

Fomos conhecer um pouco sobre o projeto e conversamos com a Aparecida Magali Sousa (assistente social) e o Gustavo “Badinho” Fonseca (professor, atleta e coordenador técnico) que auxiliam no projeto junto com os professores Renan e Melissa.

Equipe do Projeto Braçadas para o Futuro (Melissa, Badinho, Renan e Magali).

O trabalho deles é totalmente gratuito e as aulas acontecem duas vezes por semana, todas as terças e quintas das 14h às 16h, no Conjunto Aquático Unianchieta, localizado na Av. Dr Adoniro Ladeira, 94 – Vila Jundiainopólis.

Como hoje eles não dispõem de convênio público ou parceria com empresas, estão sempre em busca de apoio de empresários, comerciantes ou outras pessoas interessadas e que queiram ajudá-los a manter e crescer com as atividades. “Estamos na batalha para conseguir mais verba e buscando parcerias para podermos crescer e trabalhar com outros projetos e horários, pois mantemos o projeto de maneira voluntária.” Nos contou Magali.

Eles já atenderam uma faixa de 350 alunos, sempre na esperança de proporcionar a eles um futuro melhor, hoje estão com 55 alunos, alguns que estão desde o início. Também possuem uma parceria com o Clube Jundiaiense, em que os atletas que mostram aptidão para o esporte são encaminhados para lá.

Badinho, que está no projeto desde 2014, nos contou que o polo aquático é um esporte muito elitizado e pouco divulgado. Por isso que o eles buscam dar mais acesso a esse esporte para as pessoas. “Os equipamentos também não são baratos, conseguir manter uma piscina, a própria bola do esporte, que custa em torno de 100 a 200 reais e dura cerca de 6 meses.”

Ele também conta que no começo participavam poucos alunos e era difícil conseguir fazer um jogo, muitos aprendiam somente a nadar, com o tempo o projeto foi crescendo com o objetivo de utilizar o esporte como ferramenta de transformação na vida desses jovens, “Assim, conseguimos fazer disputas e viajar para campeonatos. Como não temos uma estrutura de treino e disponibilidade de piscina todos os dias, acaba que em determinado momento temos que encaminhar os atletas para outro local para que eles evoluam e cresçam na carreira, pois o polo é um esporte complicado e deve ser treinado todos os dias.”

Saiba mais sobre o Polo Aquático

É um esporte de confronto entre duas equipes, que tem como objetivo fazer o maior número de gols possível para o seu time. O esporte tem muita semelhança com o handebol, uma vez que a bola é passada com as mãos e arremessada ao gol. Porém, com a diferença de que o esporte é jogado na água, portanto, é fundamental para essa prática que o atleta saiba nadar. Embora não seja um esporte muito popular entre os brasileiros, o polo aquático é disputado em Jogos Olímpicos desde 1900.

Treino de Polo Aquático

Magali completa que mais do que profissionalizar, o projeto tem como objetivo formar um bom cidadão. “Nós tiramos o aluno que fica o dia inteiro na rua, com risco de ser aliciado pelo tráfico, pois acreditamos num amanhã melhor, mas para o amanhã ser melhor, precisamos cuidar das crianças hoje, para não precisarmos reclamar no futuro. Eu sempre falo do artigo 227 da Constituição Federal de 1988:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

Esse artigo nos mostra que a parte de cuidar desses jovens não cabe somente ao pai e mãe, mas sim a todos nós.”

A maioria dos alunos são da região da Vila Maringá, Vila Comercial, ou que moram no entorno da faculdade Anchieta. Para participar é só ir em um dos dias de aula e fazer uma avaliação. A criança tem que ter uma noção de natação e saber se virar na água, pois hoje eles não conseguem fazer essa iniciação na natação. Os pais devem trazer a criança já com a roupa para entrar na água e toalha e, acima de tudo, a criança deve gostar e mostrar desejo de fazer o esporte. Após entrar no projeto é cobrado um engajamento e comprometimento dos pais e alunos.

O esporte é algo que educa, disciplina, ensina o respeito e trabalho em grupo. Os voluntários desejam que os alunos se tornem pessoas melhores, mesmo que não se tornem atletas. Mas claro que quando se forma um atleta a sensação também é maravilhosa! Já foram 8 alunos encaminhados ao Clube Jundiaiense e 30 para o Sesi de Jundiaí, para continuarem a formação.

Histórias de Sucesso

“Uma das histórias de sucesso que gostamos de contar é a do Gabriel Cerchiari, ele foi um dos primeiros alunos do projeto e o primeiro a ser encaminhado ao CJ. Recentemente, Gabriel participou de uma seletiva da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos – CBDA, para representar o Brasil na equipe Sub 18.” Magali reforça que isso poderia não acontecer, caso alguém não tivesse lhe dado a oportunidade de participar do projeto.

Outro caso de orgulho é o Israel, que também foi um dos primeiros alunos do projeto: “Conseguimos uma bolsa no UniAnchieta de Educação Física para ele, que pretende continuar no projeto como estagiário. Ele não se tornará um atleta, mas a semente que plantamos nele vai continuar a propagar para outros.”

Também tem o Leo de 14 anos, que já é um exemplo do que o esporte faz na vida das pessoas. “Quando chegou aqui era um “pestinha”, uma criança sem limites, recebeu 2 suspensões por mau comportamento, mas junto com a família dele, não desistimos. Na semana passada um de nossos professores estava em um campeonato e ele ajudou dando aula e sendo exemplo para as outras crianças, isso é a prova viva que o esporte muda as pessoas. Temos a certeza que ele será um grande homem, pois teve essa oportunidade.”

“Eu gostaria que as pessoas acreditassem no que a gente faz, do mesmo jeito que acreditamos no futuro dessas crianças, para eles poderem ser melhores, precisamos acreditar, fazer diferente. Um pouco do que você faz hoje, pode transformar a vida de alguém amanhã.”

Também recebemos o depoimento de uma das alunas do projeto, Isabela Mantovani, que é a “garota propaganda do projeto”: “Comecei em 2017 no projeto, vim em busca da qualidade de vida, hoje eu construí uma família aqui dentro, ele me fez evoluir na vida, sou muito feliz de estar aqui com todos e foi uma das melhores coisas que fiz na vida. Me fez refletir, dar mais valor, nem conhecia o esporte antes, mas hoje estou aqui e pretendo permanecer.

Isabela Mantovani

Colabore com o Projeto

Eles possuem aprovação do projeto pela Lei do incentivo ao esporte e as empresas podem colaborar pela dedução do imposto de renda. Atualmente estão fazendo um Financiamento Coletivo, onde seu apoio pode fazer toda a diferença na vida de muitas crianças e adolescentes. Você pode colaborar doando a partir de R$ 5,00 por mês e transformar a vida dos atletas do projeto. Colabore clicando aqui!

Caso deseje colaborar com valores maiores ou de outras formas, entre em contato com a associação.

Professores e Alunos do Projeto Braçadas para o Futuro

Veja abaixo um vídeo explicando mais sobre o projeto:

Associação Aquática Jundiaí

Contato: (11) 98514-0033
Email: [email protected]
Local: Av. Doutor Adoniro Ladeira, 94 – Vila Nova Jundiainópolis (Centro Universitário Padre Anchieta)


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