Podemos dizer que a relação da família com Jundiaí começou láaa no ano de 1887, ainda na época das imigrações italianas. Foi quando Santo Fontebasso veio da região de Vêneto (Itália) para o Brasil em busca de melhores oportunidades. Com 18 anos e solteiro na época, conseguiu emprego em uma fazenda de café no município de Itatiba. Trabalhando como carpinteiro, após alguns anos juntou um conto de réis e resolveu que iria retornar para a Itália.

Veio então para Jundiaí tirar seu passaporte para voltar à sua terra natal, quando na estação de trem encontrou um amigo, que perguntou o que ele fazia nessas bandas. Santo contou sobre seus planos e da saudade que sentia de seu país. Seu amigo ficou surpreso, pois Santo chegou a passar fome na Itália e as coisas não tinham mudado muito por lá. Logo, perguntou se ele não gostaria de comprar um sítio que estava à venda no bairro do Caxambu.

As três gerações da família Fontebasso em Jundiaí: Sr Nivaldo, falecido em 2019, Vitor e Rodinei.

Reinício em Jundiaí

Santo foi conhecer o terreno e viu que tinha uma várzea muito grande, onde poderia plantar uva e produzir seu próprio vinho. Ele comprou o terreno, que só possuía uma casinha de pau a pique, e veio morar aqui com a sua esposa, Matilde Paschoalotto, dois filhos, seus pais e sogros. Usou o que havia sobrado do dinheiro para criação de animais e plantações, como alguns pés de Uva Isabel, uma das primeiras variedades que existiram no Brasil. Após 5 anos, ele conseguiu fazer o seu primeiro vinho, produzindo cerca de 80 litros. Ele dizia orgulhoso: “Agora estou rico! Tenho o meu vinho para beber!”

Em 1917, construíram a primeira casa no sítio, a família foi aumentando e a produção também. Nas décadas de 1930 a 1940, produziam em torno de 50 mil litros de vinho por ano. A família conta que Santo bebia tanto vinho que “chegava a escorrer pela boca”. Tem várias histórias engraçadas, como uma vez que ele entrou na casa, deitou em cima da mesa da cozinha e se cobriu com a tolha da mesa, achando que estava no quarto.

O vinho produzido pela família era levado de carroça para a estação de trem e então seguia para São Paulo, onde era vendido. Antônio, um dos nove filhos de Santo, era o responsável por essa logística. Como esse processo era caro e trabalhoso, e vender uvas de mesa era mais vantajoso do que vinho, passaram a focar mais no cultivo da fruta, mas ainda sim a família continuava a produzir vinho, dos quais, metade era vendido para turistas de São Paulo e o que sobrava era consumido pela própria família.

Novos tempos

Por volta dos anos de 1980, o neto de Antônio Fontebasso, Rodinei, com 18 anos na época, também começou a trabalhar na produção de vinho. Enquanto seu pai, Nivaldo, ia vender uva em São Paulo, aprendia os processos da produção do vinho com sua mãe e seus vizinhos. Em 2001 foi organizada a Festa do Vinho Artesanal no Caxambu, que reuniu diversos produtores da região e motivou a criação da Adega Fontebasso. ?

Após esse evento, se reuniram e resolveram melhorar o seu produto, que na época não seguia um padrão. Um ano depois foi formada a AVA, Associação do Vinho Artesanal, e em 2008 formou-se uma cooperativa que regularizou o processo produtivo das adegas participantes, organizou treinamentos e elevou muito a qualidade do vinho produzido. Atualmente são cerca de 13 produtores cooperados que têm todos os seus produtos regularizados e registrados junto ao Ministério da Agricultura. Há inclusive uma química responsável pela análise constante do vinho, garantindo que está dentro dos padrões.

Deguste!

A Adega produz vinhos artesanais, o que garante o máximo de cuidado e pureza, sendo a produção 100% familiar e gerando cerca de 4 a 5 mil litros por ano. “O que a gente faz aqui é algo que fizemos a vida toda e aprendemos a amar. A gente não quer perder isso, as plantações, esse jeito simples de viver e a vontade grande de poder partilhar um pouco daquilo que temos, desse amor à terra, ao vinho, que a família sempre produziu. A mensagem maior que a gente pode dar é a alegria de poder receber uma pessoa aqui. Aliás, ficamos muito felizes quando o pessoal vem aqui e queremos receber da melhor forma possível”, comenta Rodinei Fontebasso.

Neste tempo de prevenção e combate ao Coronavírus, a Adega Fontebasso é uma das participantes do programa Deguste em Casa, do Turismo de Jundiaí. Além dos vinhos deliciosos estarem disponíveis para retirada no local, massas e porções do Sítio Fontebasso estão sendo entregues via aplicativos, como iFood, Rappi, UberEats ou mesmo pelo WhatsApp, pelo (11) 97205-2698.

A imagem pode conter: mesa, comida e atividades ao ar livre

Valorizemos o que temos de bonito em Jundiaí! Para quando tudo isso passar, desfrutarmos ainda mais de todas essas maravilhas. ?


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