Não importa quando que você nasceu, ou o ano que você estará lendo isso. Um fato inegável, e também grandioso, é que para você ter chegado até aqui, ao menos um professor passou em sua vida. E, sem dúvidas, ele ou ela lhe deixou marcas profundas de aprendizado e conhecimento. ?‍??‍?

Igualmente é para o lugar onde vivemos. Pessoas grandiosas nascem e morrem todos os dias, e também deixam na vida de centenas, de milhares de outras pessoas marcas importantes de crescimento e de mudança. E olha, esse texto aqui vai te mostrar, mais uma vez, como nossa Jundiaí é abençoada por ter tido em sua história pessoas que deixaram um lindo legado. Pessoas essas, aliás, que tinham a mais fundamental entre todas as profissões: a de professor. ❤

Pai de uma das escolas particulares mais antigas do país

Nascido em 4 de maio de 1852 no Rio de Janeiro, antes de dar aulas, o professor Luiz Felippe da Rosa foi em seu estado de origem um exímio militar. Décadas mais tarde, já como docente e dono de uma escola em Campinas, mudou-se para Jundiaí por conta de uma grave epidemia de febre amarela que assolou a cidade no final do século XIX.

Durante anos trabalhou no famoso e importante Ginásio Hydecroft, que ficava localizado na Rua do Rosário. Com a falência do colégio no ano de 1917, Luiz Rosa criou sua própria escola, o Ginásio Rosa. Ainda hoje em funcionamento, a Escola Professor Luiz Rosa é considerada uma das mais antigas escolas particulares ainda em atividade no país.

(Foto: Acervo Prof. Maurício Ferreira/ Sebo Jundiaí/ Reprodução)

Morto no dia 14 de maio de 1930, o professor é homenageado tanto na escola em que fundou, como também emprestando seu nome a uma avenida no Centro, onde se localiza o Velório Municipal.

Criadora do Hino de Jundiaí e de festivais beneficentes

A professora Haydée Dumangin Mojola nasceu em 21 de março de 1898, aqui mesmo nessa terrinha, e é ela a compositora do Hino de Jundiaí. Seus pais, Maurício Dumangin e Felisa Iglesias, de origem francesa e espanhola, lhe proporcionaram desde a infância uma sólida educação na música, dança, poesia e pintura. Estudou para ser professora e se aperfeiçoou em canto pela Escola Normal de Campinas, participando inclusive do coro da Catedral Nossa Senhora do Desterro. Aproveitando-se de seu talento e influência, frequentemente organizava festivais beneficentes para os mais necessitados da cidade.

Haydée entre os filhos Mercedes e Mauricio, com a neta Maria Haydée no colo. (Foto: Famille Dumangin/Reprodução)

Ao longo de sua vida, Haydée compôs 142 obras, sendo a maior delas a marcha “Terra Querida, Jundiaí”, que serviu primeiramente para inspirar os soldados jundiaienses na Revolução Constitucionalista e que em 1960 foi adotada como hino oficial de Jundiaí. Também são de sua autoria os hinos das escolas Conde de Parnaíba e Siqueira de Moraes, das paróquias Nossa Senhora da Conceição, na Vila Arens, Santa Teresinha, na Vila Rio Branco, e o Hino de São João, para a paróquia da Ponte. Destaca-se também a composição do Hino de Nossa Senhora do Desterro, padroeira de Jundiaí.

Falecida no dia 4 de dezembro de 1965, Haydée está sepultada no Cemitério Nossa Senhora do Desterro, e é homenageada emprestando seu nome a uma rua no Jardim do Lago e à escola municipal da Vila Hortolândia.

Ensinando solidariedade

Nascida no Rio de Janeiro no dia 29 de outubro de 1898, a professora Cecília Rolemberg Porto Guelli dedicou sua vida ao trabalho pedagógico na cidade de Jundiaí. Casada com Oscar Augusto Guelli, então Delegado de Ensino e Inspetor da Secretaria de Educação de São Paulo, Cecília era fluente em diversos idiomas e considerada uma pessoa com alto grau de inteligência e conhecimento.

De uma humilde sem tamanho, é lembrada até hoje por dedicar seus conhecimentos e ensinamentos às crianças mais pobres da cidade, tornando-se ainda em vida um grande exemplo na área de educação. Após sua morte, acontecida no primeiro dia do ano de 1954, foi homenageada pelo Governo de São Paulo na escola estadual da Vila Rio Branco.

A professora Cecília é a segunda, de baixo para cima, à esquerda. (Foto: Acervo Prof. Maurício Ferreira/ Sebo Jundiaí/ Reprodução)

Grande incentivador do ensino técnico na cidade

Filho de pais ingleses, Alfred Foot e Amy Tinson Foot, o professor, filólogo, historiador, articulista e poeta Nelson Foot nasceu em Jundiaí no dia 29 de maio de 1908. Dotado de grande cultura, frequentou desde a infância importantes colégios de Jundiaí, e já exercendo a profissão de professor, teve importantes passagens como professor e diretor da Escola Normal da cidade de Santa Rita do Passa Quatro. Em Jundiaí, foi professor de português e de inglês na Escola de Comércio Professor Luiz Rosa, e de latim, inglês e francês na rede estadual.

(Foto: BNF/ Reprodução)

Além de excelente professor, Foot também se destacou na gestão educacional. Foi diretor do Senai de Jundiaí desde sua fundação, em 1944, até o ano de 1969, além de estar envolvido na criação de outros importantes estabelecimentos educacionais da cidade, como a Faculdade de Medicina de Jundiaí, o Colégio Técnico Agrícola (atualmente, a Escola Técnica Estadual Benedito Storani) e o Colégio Técnico de Jundiaí (hoje, a Escola Técnica Estadual Vasco Antônio Venchiarutti).

Falecido no dia 20 de janeiro de 1984, Nelson Foot é homenageado emprestando seu nome à Biblioteca Municipal.

Fundador da primeira faculdade de Jundiaí

Nascido no dia 28 de agosto de 1914, o professor Pedro Clarismundo Fornari foi funcionário do setor de engenharia da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Cursou o magistério no Ginásio Rosa, onde posteriormente também lecionou as disciplinas de Português, Francês, História e Latim.

(Foto: Acervo Prof. Maurício Ferreira/ Sebo Jundiaí/ Reprodução)

No ano de 1941 funda a Escola de Comércio Padre Anchieta, na Rua do Rosário, e em 1966 criou a primeira instituição de Ensino Superior de Jundiaí, a Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e de Administração de Empresas Padre Anchieta. E, juntamente à vida dedicada ao ensino, conciliou diversas atividades na vida política da cidade, tendo sido eleito vereador da primeira legislatura da Câmara Municipal de Jundiaí, entre 1948 e 1952.

Após falecer no dia 22 de junho de 1979, foi homenageado dando nome a uma avenida no bairro do Engordadouro, a uma escola municipal no Rio Acima e um dos campi do Grupo Anchieta, localizado na Vila Jundianópolis.

Mãe das artes jundiaienses

O nome dessa professora você com certeza já ouviu por aí, mas talvez não saiba o que de fato o que ela ensinou. Nascida em Jundiaí, no dia 5 de fevereiro de 1920, Glória da Silva Rocha Genovese, ou simplesmente Glória Rocha, além de ser bailarina, pintora, cenógrafa e coreógrafa, era uma grande incentivadora das artes na cidade. Uma verdadeira apaixonada pela dança e seu ensino, foi aluna da bailarina Chinita Ullmann, pioneira da dança moderna brasileira. ?

A jundiaiense criou o famoso grupo ‘Ballet Jundiaiense‘ e fundou o ‘Instituto de Orientação Artística – IOA‘, escola de dança que funciona até os dias de hoje e formou gerações de bailarinas. Morreu no dia 24 de julho de 1971 deixando a filha, Marilu Müller, à frente da escola que tanto amou e se dedicou.

Além da sala de espetáculos no Centro da cidade, seu nome ainda é lembrado e reverenciado na escola municipal do bairro do Agapeama.


E é sobre o ombro desses e de tantos outros gigantes que, eu e você, crescemos, amadurecemos e fazemos dessa cidade um lugar melhor para se viver. Obrigado, Luiz, Haydée, Cecília, Nelson, Pedro e Glória por tantos feitos, e a cada um de vocês, professores, que no anonimato fizeram ou que ainda fazem a história de Jundiaí e de nosso povo, nosso mais fraterno parabéns e nossa mais profunda gratidão! ???

Pesquisa: FUMAS, Professor Maurício Ferreira/ Sebo Jundiaí, Jundiahy Antiga


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