Recordamos no dia 13 de maio a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, que decretou em 1888 a extinção da escravidão no Brasil e a libertação de todos os escravos do país.
O ato, considerado o mais importante após a Independência do Brasil, em setembro de 1822, finalmente escancarava o abominável tratamento dado aos negros no país, e foi o primeiro passo para a correção de séculos de injustiças.
Neste interessante documentário da TV Brasil, produzido em 2015, você pode conferir a vida dos escravos no país e todo o caminho de luta percorrido até o dia 13 de maio de 1888:
A escravidão em Jundiaí
Na primeira metade do século XIX, numa época em que a mão de obra mais comum nas fazendas da região era a escrava, quase 1/3 da população de Jundiaí era formada por escravos. Resquícios deste tempo ainda hoje podem ser visitados na Fazenda Nossa Senhora da Conceição, inaugurada em 1810 e, após ser comprada em 1850 por Francisco José da Conceição, passou a ser uma grande produtora de café – e utilizadora de mão de obra escrava.
No auge da produção cafeeira, a fazenda contou com mais de 350 mil pés de café, e cerca de 100 escravos trabalhavam duro nas plantações. Outras 20 escravas serviam na sede da fazenda, construída em meados de 1850.
Hoje, o espaço onde ficavam as mulheres, conhecida como ‘senzala doméstica’, foi bastante modificado e abriga parte do acervo histórico da Fazenda. Por outro lado, boa parte da estrutura original da senzala dos homens foi preservada.
Como parte do projeto de turismo cultural, a antiga tulha se transformou em um restaurante e uma outra estrutura da fazenda deu lugar ao Museu do Café Barão da Serra Negra, que possui um acervo com maquinários agrícolas dos séculos XIX e XX, documentos históricos, salas com exposição de fotos e até objetos pessoais da família do Barão de Serra Negra.
Resistência
Também em Jundiaí se localiza o mais antigo clube negro em funcionamento do estado de São Paulo e o 4º mais antigo do país, oficialmente fundado em 1895. O Clube Beneficente Cultural e Recreativo Jundiaiense 28 de Setembro tem uma rica história, bem como sua origem: seu nome remete à Lei do Ventre Livre, promulgada em 28 de setembro de 1871, homenageado assim o episódio que foi um dos grandes passos para a abolição da escravidão no Brasil, em 1888.
“Na época da fundação do clube, a sociedade ainda era muito dividida. Os nossos antepassados fizeram esse lugar por causa disso: para termos a nossa casa“, explica, orgulhoso, ex-presidente e diretor do Clube, José Carlos Medeiros.
Você também pode conhecer mais sobre a história do Clube 28 de Setembro por aqui: ?
“Aqueles que não podem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”, é o que diz o filósofo espanhol Jorge Agustín Nicolás Ruiz de Santayana y Borrás em uma de suas obras. E datas históricas, como a de hoje, ao mesmo tempo que nos faz lembrar do nosso passado muitas vezes sombrio, também nos mostram que há sim uma luz de esperança na humanidade. ?
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