Quem nunca ouviu falar do Clube 28 de Setembro com certeza bom jundiaiense não é! O Clube, em seus mais de 120 anos de história, é conhecido e reconhecido por seu histórico de serviço à sociedade jundiaiense.

E, neste momento, em que as fortes chuvas ainda atingem diversas cidades da nossa região e também de outros estados, o clube centenário, localizado no centro da cidade, se mobiliza para arrecadar mantimentos, roupas, móveis e o que mais for necessário para ajudar os desabrigados.

Três mulheres, diretoras do clube 28 de setembro, segurando fardos de água e sacolas de roupas olhando para a foto, com uma mesa de vidro á esquerda cheia de garrafas d'agua, e atrás quadros e doações de roupas e calçados.
Em campanha desde o início das fortes chuvas, ainda no começo de fevereiro, o Clube 28 de setembro é referência em apoio para a sociedade. (Foto: JJ/Reprodução)

A presidente do clube, Edna Oliveira, em entrevista ao Jornal de Jundiaí, declarou que essa ação, como tantas outras realizadas Brasil afora, são muito importantes. “O Brasil inteiro está acompanhando o sofrimento dessas famílias que, em pouco tempo, perderam.”

História viva

Eu vi isso sendo construído. Os ferroviários da Companhia Paulista saiam às 17h e vinham trabalhar aqui, no braço. Os tijolos, telhas, assoalho, tudo foi doação. No dia 28 de setembro de 1948 foi a inauguração com o baile de gala, eu tinha 16 anos”, relembra o ex-presidente e diretor do Clube, José Carlos Medeiros, da construção da atual sede.

O clube que, por uma confusão de documentação, por anos adotou seu ano de fundação como sendo 1887, hoje ostenta o título de ser o clube negro mais antigo em funcionamento do estado de São Paulo e o 4º mais antigo do país, oficialmente fundado em 1895.

Serviço à sociedade

A história do Clube é rica, assim como sua origem: seu nome remete à Lei do Ventre Livre, promulgada em 28 de setembro de 1871, homenageado assim o episódio que foi um dos grandes passos para a abolição da escravidão no Brasil, em 1888.

“Na época da fundação do clube, a sociedade ainda era muito dividida. Os nossos antepassados fizeram esse lugar por causa disso: para termos a nossa casa“, explica, orgulhoso, o ex-presidente.

Fotografias emolduradas da história do Clube 28 de Setembro.
Toda a história do Clube está preservada e em novembro, mês da Consciência Negra, o passado é exposto e relembrado. (Foto: Mateus Storti/Solutudo)

A sede do clube já abrigou por um período a Câmara Municipal, por conta de reformas no atual prédio do Banco do Brasil da Rua Barão que, à época, em seu segundo andar, era a casa do legislativo municipal. “Estavam em reformas e pediram então para usar aqui. Pediram para a diretoria e imediatamente foram cedidas as dependências“, conta Medeiros.

Atualmente, o clube abriga um clube de leitura, um projeto de alfabetização para adultos, além de um trabalho direcionado para mulheres em situação de vulnerabilidade social, cursos de inglês, francês, cuidador de idosos… Segundo a presidente Edna, são cobradas apenas pequenas taxas para custear o trabalho dos professores, mas garante que “os cursos e atividades são abertas para todos que quiserem participar”.

O clube foi criado para acolher os negros mas acabou acolhendo toda a comunidade jundiaiense, a todos

Edna Oliveira, presidente do Clube 28 de Setembro

Doações

A presidente do clube contabiliza que foram arrecadados diversos itens, como roupas, móveis, produtos de limpeza e água, e que a previsão de envio das doações aos locais é para agora, no final do mês de fevereiro.

Os interessados poderão entrar em contato pelo endereço, telefone e redes sociais disponibilizadas abaixo:

Clube Beneficente Cultural e Recreativo Jundiaiense 28 de Setembro

  • Endereço: Rua Petronilha Antunes, 363 – Centro – Jundiaí
  • Telefone: (11) 4521-3197
  • Site
  • Facebook
  • Instagram

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