Foram tiradas várias dúvidas, que acreditamos serem de muitos. Mas e as Pessoas com Necessidades Especiais? Elas também precisam ser ouvidas na sua escolha profissional! Para sanar as dúvidas sobre esse tema, entrevistamos a Psicóloga Vanessa Sardisco, especialista em Educação Inclusiva!

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AS PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS TÊM A MESMA CAPACIDADE DE ESCOLHER SUA PROFISSÃO?

É valido afirmar que as pessoas com necessidades especiais têm potencialidades de fazer suas próprias escolhas, como outras pessoas também têm dificuldade para escolher sua profissão. O importante é ressaltar que todos têm suas diferenças e individualidades e por isso, ter aceitação e respeito são primordiais para as pessoas terem a liberdade de escolha. Então, cabe a cada pessoa aceitar o outro como ele é e entender que, independente das limitações ou altas habilidades, todos têm capacidade de pensar, sentir, aprender e, inclusive, comunicarem-se uns com os outros.

EXISTE ALGUM LIMITE DE ESCOLHA PROFISSIONAL PARA QUEM TEM ALGUMA NECESSIDADE ESPECÍFICA?

Existe a diferença de limitações quando se fala de necessidade específica. Isto é, conforme as dificuldades e condições de cada um compreender e lidar com as situações, vai se autoconhecer e ter mais estímulos para escolha profissional. Dito isso, é evidente que, qualquer pessoa, independente das limitações e condições de compreensão e de autoconhecimento, irá ter as mesmas dificuldades de escolha profissional.

COMO A PSICOTERAPIA AJUDA A PESSOA COM NECESSIDADES ESPECÍFICAS A ESCOLHER A SUA PROFISSÃO?

Na Psicoterapia Humanista, que também lida com pessoas com necessidades especiais, acredita-se que além de a pessoa ter uma deficiência, ela também tem as mesmas potencialidades, igual a qualquer pessoa, de pensar, sentir, escolher e resolver seus problemas e saber direcionar suas próprias escolhas, conforme suas condições. Assim, o cuidado psicológico aceita e respeita a pessoa como ela realmente é, valorizando a pessoa e suas potencialidades antes dos seus sintomas e limitações. A partir disso, o cuidado psicológico para a pessoa com alguma necessidade especifica é o mesmo processo de ajudar na sua escolha profissional. A diferença é respeitar as condições de cada pessoa ter seu ritmo de compreensão e de autoconhecimento.

COMO LIDAR COM AS OPINIÕES DA FAMÍLIA?

É comum que os pais se preocuparem em querer o melhor, ainda mais quando existe alguma limitação. Com isso, é comum os pais não darem espaço para que seus filhos escolham e reflitam sobre alguma situação exigida por eles. Logo, poderão criar expectativas que talvez sejam desnecessárias para o crescimento e amadurecimento dos filhos e, assim, os filhos acabam se sentindo inseguros ao se deparar com situações desconfortáveis, preocupando-se em agradar aos pais e tomando decisões de maneira influenciada.

Dito isso, a dinâmica familiar é primordial para o desenvolvimento de uma pessoa e quando a família sabe lidar, estimular e entender as dificuldades da pessoa e seus ritmos de escolha, ela aceitará e respeitará mais as escolhas da pessoa envolvida. Então, é por acreditar nas potencialidades que cada pessoa consegue grandes vitórias e aprende a ter mais coragem e determinação para superar seus próprios limites e escolhas, descobrindo novas habilidades e desafios.

O QUE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO PARA A ESCOLHA DA PROFISSÃO?

Para escolher uma profissão, é importante levar em consideração suas dificuldades e condições de desejar aquela determinada profissão e matérias que existem no curso desejado. Analisar o que gosta de fazer no cotidiano e o autoconhecimento também pode ajudar a escolher a sua profissão. Entretanto, não é recomendável ter a cobrança de mudar sua escolha, seja pessoas com necessidades específicas ou não. Isto é, em todo momento desenvolvemos e podemos mudar nossas escolhas, desejos, e maneiras diferentes de ver o mundo e por isso, podemos mudar qual profissão quer seguir.

EXISTE UM TEMPO DETERMINADO PARA ESCOLHER A PROFISSÃO?

Como já dito, os ritmos e os limites de aprendizagem são diferentes e, por isso, não deve haver pressão para acelerar o processo de escolha, que deve respeitar o tempo determinado pela pessoa. Existem também maneiras diferentes de lidar com as superações e dificuldades de cada um. Então, cada um tem o direto de decidir e ter seu ritmo de escolha profissional, independente de ter alguma necessidade específica ou não. A pessoa tem o direito de optar pelo caminho que quer seguir e, por isso, não tem necessidade de se adaptar com aquele curso. Isto é, uma pessoa, independente de ter alguma dificuldade específica, não se define incapaz de realizar outras atividades e escolha profissional. Assim, é importante considerar as potencialidades e as conquistas de cada pessoa, e não classificar as pessoas pelas dificuldades e condições.

AS PESSOAS ESTÃO PREPARADAS PARA LIDAR COM UM PROFISSIONAL COM NECESSIDADES ESPECIAIS?

Ainda percebe-se que existem escolas, empresas, equipes, profissionais e até famílias que ainda se equivocam, não sabendo lidar com tal situação. De fato, algumas escolas e empresas muitas vezes se adaptam fisicamente às necessidades das pessoas, mas separam alguns alunos e trabalhadores dos demais por classificá-los pelas suas condições e limitações aparentes, não tendo as mesmas exigências, avaliações e atividades dos demais. Desta forma, vale a pena refletir sobre esse assunto pois, se todos fossem iguais, como que as pessoas seriam desafiadas e levadas a sair de sua zona de conforto, se desenvolver e aprender? Por isso, cabe afirmar que são pelas diferenças e individualidades que acontece trocas de experiências, aprendizagem, desenvolvimento pessoais e uma maior tolerância e sensibilidade diante ao outro. Afinal, o que para uma pessoa pode ser uma dificuldade, para outra pode ser uma habilidade. Assim, é necessário que às pessoas aceitem as outras como realmente são, já que são pelas características pessoais que existem inovações, ideias, revoluções, e é isso que torna a pessoa única. Então, o termo Inclusão, deveria ser utilizado para incluir as diversidades de todas as pessoas com suas individualidades, e não um termo apenas para incluir pessoas em ambientes com algum tipo de característica considerada predominante. Isso significa que, não é a existência das características predominantes que deixa a pessoa mais inclusa ou menos inclusa dos outros, mas a consideração das características e individualidades de cada pessoa. Enfim, uma inclusão adequada ocorre quando, na interação entre as pessoas, são observadas as potencialidades antes do julgamento das limitações e dificuldades de cada um. Isto é, com respeito e aceitação das diferenças e individualidades, não terão mais comparações entre as pessoas e, por sua vez, não terá motivo para julgamentos e classificações.

COMO UM PSICÓLOGO PODE AJUDAR NA ESCOLHA PROFISSIONAL E COMO LIDAR NO AMBIENTE DE TRABALHO?

O cuidado psicológico na psicologia humanista é, junto com a pessoa, ajudá-la a entender e compreender suas questões pessoais e compreender o sentido de suas atitudes e sentimentos, independente de ter necessidades especiais ou não. Por isso, tem o objetivo de oferecer um ambiente facilitador através de condições diferenciadas para que a pessoa tenha possibilidade de se autoconhecer melhor e a lidar com os seus sentimentos, escolhas e experiências, sempre respeitando o crescimento de cada um dentro das suas condições.

Quando a pessoa consegue se conhecer completamente torna-se seu próprio guia. Assim, a relação terapêutica entre a pessoa e psicólogo precisa estar em harmonia para ambos. Isto é, o paciente precisa sentir acolhido e aceito, já que o tempo destinado a ele é sigiloso e com um espaço para os cuidados dele. O psicólogo precisa, além de compreender a queixa trazida, conhecer a pessoa, para que possa conduzir o paciente de uma maneira que o ambiente fique agradável para ambos e confiante para que o paciente consiga dizer seus sentimentos, tornando a relação terapêutica uma conversa sem precisar de outros métodos. Assim, o cuidado psicológico aceita e respeita a pessoa como ela realmente é, sem classificá-las a partir de limitações.

Além da psicoterapia, o psicólogo, inclusive um especializado em inclusão, pode ajudar e orientar outros profissionais e áreas a cuidarem das questões que presenciam em sua rotina profissional e oferecer consultoria para empresas e escolas. Assim, além de auxiliar na Inclusão, independente da integração de pessoas com necessidades especiais ou não, orientar os profissionais e as pessoas envolvidas sobre Inclusão, proporcionar um ambiente facilitador para tal questão e ajudar nas dúvidas e equívocos apresentados para serem discutidos e orientados, já que se percebe um desentendimento nos assuntos relacionados a inclusão e a integração das pessoas, inclusive que precisam de sensibilidade. Saiba mais sobre a Psicóloga que nos ajudou na entrevista! Obrigado!

Psicóloga Humanista Vanessa Sardisco

Psicóloga Vanessa Sardisco

Psicóloga Humanista focada em Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), tendo uma filosofia diferenciada de trabalhar. É especialista em Educação Inclusiva com fluência em Libras (Língua Brasileira de Sinais). Trabalha com Psicoterapia familiar e individual para crianças, adolescentes, adultos e pessoas com necessidades especiais; Consultoria de inclusão em empresas, escolas e equipes; Palestras sobre Educação e Inclusão; Grupo de acolhimento para psicólogos e estudastes de psicologia que tem interesse em trocar experiências na perspectiva Humanista. É importante para ela a Valorização no Brincar; Acreditar no Potencial de cada pessoa, independente das suas condições; Conhecer e Considerar a pessoa como realmente é, antes de julgar suas dificuldades e limitações; Aceitação das Diferenças e Individualidades de cada pessoa; Preocupação em ouvir, compreender e respeitar as experiências, sentimentos e escolhas de cada pessoa.

Veja mais detalhes sobre ela acessando o link: https://www.solutudo.com.br/sp/jundiai/psicologia/vanessa-sardisco-psicologa-humanista-202758

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