É sempre muito bom e enriquecedor conhecer histórias de pessoas que superaram grandes desafios em suas vidas, não é verdade? ? E a gente sabe que elas estão por aí, florescendo e inspirando muitas outras pessoas todos os dias! Afinal, quem de nós, seres de carne e osso, não tem problemas ou em alguma fase da vida não precisará superar grandes obstáculos?

E fechando este mês especialmente dedicado à conscientização do câncer de mama, você acompanhará nas próximas linhas a história inspiradora da educadora infantil Selma Cristiane Guimarães, de 51 anos, que luta contra um câncer de mama desde fevereiro de 2019. Com força de vontade e a ajuda de familiares e amigos, Selma não desistiu de planos e projetos e hoje testemunha toda sua garra e amor pela vida. ?

(Foto: Arquivo Pessoal/ Reprodução)

A temida descoberta

Era fevereiro de 2019 quando Selma, em um autoexame nas mamas durante o banho, sentiu algo diferente em sua mama esquerda. Após alguns meses marcou um exame de ultrassom, que finalmente iria apontar o que de fato poderia ser aquilo. Em junho, já com o exame em mãos, quando conseguiu passar com a ginecologista, ouviu de que, na verdade, o que havia sido descoberto era um tumor de cerca de 3 centímetros. “E todo esse tempo eu não sentia dor nenhuma. Então em julho fui encaminhada ao oncologista e em agosto fiz a biópsia”, conta.

Selma explica que seu tumor foi enquadrado como sendo um carcinoma invasivo, ou seja, um tipo de câncer de mama maligno. “Ele tem 3 graus de agressividade, e o meu era 1, o mais brando. Eu fiquei aliviada, pois a chance de cura é muito maior.” A educadora ainda afirma que quando recebeu o diagnóstico do nódulo não ficou tão surpresa assim, pois em sua família materna já existia diversos casos da doença. “Na verdade, acho que meu marido sentiu mais que eu: de nervosismo, ele teve por uma semana um desarranjo intestinal, e a pressão subiu e ele ficou bem mal.”

No início fiquei com medo sim, mais depois de conversar com os médicos fiquei mais aliviada, pois pior seria se não tivesse tratamento. Me disseram que com o tratamento as chances de cura eram de 95%, então fiquei mais tranquila.

A força para continuar

Com o resultado da biópsia, Selma iniciou seu tratamento contra o câncer no Hospital São Vicente de Paulo, em Jundiaí. Lá, ela realizou ao todo 16 sessões de quimioterapia, que acabaram em abril de 2020. “No dia 16 de junho de 2020 fiz a mastectomia, retirando todo o seio esquerdo. E, por enquanto, não tenho previsão para terminar o tratamento, já que estou aguardando há 2 meses na fila de espera para começar a radioterapia.”

A educadora conta que esse tempo de tratamento quimioterápico foi muito difícil, principalmente quando foi submetida às 4 sessões da ‘quimioterapia vermelha’. “Eu fiz uma a cada 21 dias, e na segunda sessão meu cabelo já começou a cair, fora que passava muito mal com o calor e o enjoo que a medicação causava. As sessões da ‘quimioterapia branca’ eram uma por semana, e essas chegaram até a enfraquecer minhas unhas“, descreve. “Tive muita dificuldade pra cozinhar por causa dos enjoos, e as outras coisas eu ia fazendo aos poucos, mas em alguns dias não fazia nada.”

Por outro lado, Selma nunca se encontrou sozinha nessa batalha. A educadora sempre se viu rodeada dos cuidados e carinho de todos, sobretudo das amigas. “Por diversas vezes as meninas da cozinha e as professoras Vera e Rosa faziam sopa na casa delas e levavam pra eu me alimentar. A Vera também ligava todo dia no São Vicente pra tentar agilizar a quimioterapia. Devo muito a elas e também à minha família, e principalmente meu marido, que ficou sempre do meu lado e que me levava pra Jundiaí em todas a sessões, consultas, exames etc. ?

Superação!

Tanta força de vontade e amparo das pessoas próximas também refletiram em outra conquista na vida de Selma: a tão sonhada carteira de motorista! “Em maio de 2019 comprei um carro, em junho me matriculei na autoescola e, até então, eu não tinha a confirmação do câncer. No início eu até pensei em desistir, mas decidi seguir em frente. Difícil foram as aulas práticas, pois tinha dias que eu fazia a quimio de manhã e fazia a aula de volante à tarde, passando muito mal“, se recorda.

Inclusive no exame final, que foi logo no comecinho de dezembro, Selma conta que chegou a pensar que não iria conseguir. “As medicações da quimioterapia já estavam acumuladas no meu organismo, mas graças a Deus fiz o exame e consegui passar. Fiz uma baliza perfeita, e no percurso deu tudo certo também, e eu passei de primeira.” Mais uma vitória!

Essa foto aqui foi tirada exatamente no dia do exame. (Foto: Arquivo Pessoal/ Reprodução)

Minha maior motivação está em sempre pensar positivo. Na vida, acho que devemos passar mais tempo juntos com nossos familiares, dar mais atenção a eles e aos amigos mais próximos. Curtir mais a vida, e não deixar pra amanhã o que se pode fazer hoje.

De mulher pra mulher

E, ainda na batalha, Selma dá uma palavra para as mulheres que estão passando pelo mesmo que ela: “para as que também estão nessa luta, digo que é muito importante fazer o tratamento certinho e seguir a dieta que o médico passar. No meu caso, teve muita coisa que eu não podia comer e nem beber. Segui à risca o tratamento e isso fez com que a medicação tivesse um efeito melhor. E sempre pense positivo! Pois, se você olhar para trás, verá que existem pessoas em condições bem piores que a da gente, e que estão lá, firmes e fortes, lutando pela vida. E, por fim, pense sempre que tudo vai dar certo no final”.


Ame-se, cuide-seantecipe-se aos possíveis desafios que estão por vir, e lembre-se: você não está sozinha e tudo vai passar! Não deixe de se consultar regularmente com seu médico e amar sempre mais sua vida! ? ? ?


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