Não sei vocês, mas nós aqui da Solutudo adoramos encontrar os detalhes das coisas da vida, nos elementos do dia a dia que quase sempre passam desapercebidos aos nossos olhos… Enxergar o novo naquilo que, muitas vezes, para nós, é ultrapassado ou nem é novidade mais, é continuar se surpreendendo! ?

É o que faremos com dois dos nossos símbolos! Você, itupevense de nascença ou por ‘adoção’, já reparou nos detalhes da bandeira e do brasão? Já se perguntou o porquê deles estarem lá, daquele jeito? Já passou pela sua cabeça que alguém criou aquilo? ?

Dessa vez iremos desbravar um pouco sobre a nossa própria história! Bora? ??

Era uma vez…

Vamos começar do início, certo? ? Ou melhor, da ‘maioridade’ de Itupeva. O ano era 1983, a cidade já tinha completado seus 18 anos de fundação, mas ainda não tinha um símbolo oficial que a representasse! ? Foi então que no dia 23 de agosto de 1983, com a Lei nº 309, estava criada oficialmente o Brasão e a bandeira da cidade! ??

Concebida a partir do Brasão projetado pelo Drº Lauro Ribeiro Escobar, e desenhado por Expedito José dos Santos, a bandeira conta com as cores de seu escudo: o fundo azul, com triângulos das cores amarelo, vermelho e branco.

Já o Brasão…

Presente em documentos oficiais, sendo o ‘símbolo’ oficial do município, o Brasão tem seu lugarzinho de honra tanto na bandeira, como se ela fosse seu ‘assento’, como também sozinho.

A lei assim descreve nosso Brasão: formado primeiro por um ‘escudo ibérico’, que era usado em Portugal na época dos grandes descobrimentos, tem seu uso aqui lembrando os colonizadores europeus. A cor azul do escudo, na linguagem heráldica (ciência que estuda e cria brasões), remete à justiça, nobreza, firmeza, virtude, dignidade, zelo e lealdade, e ainda “às belezas naturais da região, ao caráter dos munícipes e firmeza dos administradores, tudo contribuindo para a fixação do homem à terra e elementos decisivos do progresso do Município”. Inspirador, né? ??

A lei ainda explica que o ‘chaveirão’, aquela espécie de ‘seta’ para o alto, quadriculada em vermelho e amarelo, significa a “elevação moral do povo de Itupeva. É sinal de valor, ousadia e vitória”. Os 3 círculos amarelos com pontas de estrelas por de trás, chamados de ‘rosas heráldicas’, são sinais “de beleza, honra imaculada, pureza de costumes e nobreza“. Elas, como as demais flores, são sinais de esperança, e no caso, “esperança no futuro próspero e feliz”.

O retângulo dourado, que ocupa a parte de cima do escudo, é conhecido como ‘chefe’, e sua cor remete ao ouro, representando “a riqueza, esplendor, generosidade, nobreza, glória, poder, força, fé, prosperidade, soberania e mando”. A lembrança do ouro também se justifica pelas “abundantes dádivas da natureza”, sobretudo no solo de Itupeva, que com tantos minérios, principalmente o Tungstênio, contribuíram para o povoamento da cidade e para seu enriquecimento.

Inclusive o ‘Bairro da Mina’ tem esse nome por conta de uma mina de Tungstênio que existiu na região. (Foto: Dan Dan/ Grupo ‘Itupeva histórica‘)

“O leão simboliza a força, grandeza, coragem, magnanimidade e vigilância”, e a sua cor vermelha justamente a audácia, coragem, valor, honra, nobreza e generosidade. “São os atributos dos primeiros colonizadores de Itupeva”, explicando a Lei que foram deixados tais atributos para seus descendentes e ainda hoje preservados “com a dignidade que caracteriza o povo itupevense”.

A ‘coroa mural’, logo acima do Brasão, lembra a emancipação política do então distrito de Jundiaí. É formada por 8 torres, no entanto, possui apenas 5 aparentes. E olha que outro destalhe bacana: suas portas estão abertas, justamente por conta da hospitalidade do povo daqui. ☺

Os ramos que envolvem as laterais do escudo são os do café, lembrando da “força econômica dos primórdios do povoamento de Itupeva”, e os da videira, cultura que “surgindo posteriormente, impulsionou o povoado. Atestam, portanto, a fertilidade das terras generosas de Itupeva”.

Por fim, a descrição nos dá mais um detalhe interessante do Brasão: a faixa em está escrita o nome ‘Itupeva’, está enrolada em trilhos de trem, indicando mais um dos fatores que proporcionaram o progresso na cidade: a Estrada de Ferro Sorocabana. ?

Criador

O homem que projetou a bandeira de Itupeva é o ex-procurador do Estado, Drº Lauro Ribeiro Escobar, falecido em dezembro de 2016. Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, durante seus quase 90 anos de vida, Drº Lauro criou cerca de 300 brasões e bandeiras para municípios, inclusive o da cidade de São Paulo. ?

Ainda segundo informações do jornal, começou a estudar sobre as bandeiras e brasões no ano de 1960, quando foi trabalhar no Conselho de Honrarias e Mérito de São Paulo. Para suas criações, o ex-procurador reunia informações da economia e da cultura locais e, depois, as traduzia para a simbologia heráldica (ciência que estuda os brasões) e vexilológica (ciência esta que estuda as bandeiras). “Ele concebia a estrutura e artistas finalizavam o desenho”, como foi com o Brasão de Itupeva.

Top 5 curiosidades

A Lei nº 309 de Itupeva dispunha de alguns deveres e condições para com a bandeira que, no mínimo, despertam a nossa curiosidade… ? Dá só uma olhadinha:

Bandeira padrão

Estão preservados no gabinete do prefeito, na diretoria da Câmara Municipal e na Secretaria de Educação e Cultura os chamados ‘exemplares padrão’ dos símbolos de Itupeva. Eles servem como modelos para todos os outros que forem confeccionados.

Registro oficial

Também fica no gabinete do prefeito um livro com o registro de todas as bandeiras municipais confeccionadas por conta do município ou por terceiros, com uma autorização especial.

Recordação

Todas as bandeiras que estejam ligadas a fatos históricos do município, como por exemplo a primeira bandeira confeccionada, deverão ser guardadas no museu histórico da cidade.

Antes que a capital

A cidade de Itupeva ganhou sua bandeira oficial antes mesmo que São Paulo. Graças à Lei nº 309, nossa cidade ganhou seu símbolo em 1983, enquanto a Terra da Garoa só foi ganhar uma bandeira para chamar de sua em 1987, e do mesmo criador da nossa, o Drº Lauro.

Hino

Você sabia que até 1983 Itupeva não possuía um hino? ? Siim! E foi justamente por essa lei que a prefeitura foi autorizada “a contratar serviços de um compositor ou instituir concurso entre compositores para a escolha do hino municipal”.

Mas essa história fica para uma próxima… 😉


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