Quando se pensa em sala de aula, a imagem é: livros, um professor e o cheiro de giz. É o método clássico de ensino nas escolas, mas tem se tornado, ou se mostrado, cada vez mais ineficiente. Por isso, os professores têm procurado novas formas de ensinar, seja com filmes, músicas, ou até revistas em quadrinhos.

Foram produzidos diversos artigos sobre o tema, e quase sempre a questão da eficiência é um alto e claro “sim”, mas sempre é possível ressaltar as diferentes formas que são trabalhadas. Por exemplo, entrevistando-se dois professores de duas áreas diferentes, é possível enxergar uma clara dicotomia.

O professor de Literatura Thiago Benitez é um dos que usa e abusa das revistas em quadrinhos em sala de aula. Sempre utilizou gibis e super-heróis, mas aquilo o restringia apenas à história estadunidense. Há cinco anos começou a verdadeiramente incorporá-las na sua didática graças ao surgimento de literatura clássica adaptada em quadrinhos. Era costume ensinar grandes escritores em encadernação com linhas e linhas, posteriormente se transformou os balõezinhos de fala e agora:

Está surgindo uma onda de ‘grafic novels’, que trabalham temas bem atuais, como Persépolis, Habibi e Retalhos. O grande problema é que são bem caros, e muitos alunos acabam não querendo comprar.

Já o professor Yuri Amaral tenta utilizá-las sempre que possível, especialmente
as independentes e alternativas, de editoras ou das que surgem por campanhas de financiamento coletivo. Além delas, gosta de usar os “fanzines”, que são basicamente revistas independentes e não oficiais de fã para fã.

Por outro lado, Thiago normalmente leva fragmentos importantes das histórias em cópias e as discute com os alunos. “O importante é fazer o aluno ganhar gosto pelo gênero e mostrar que uma obra apenas muda o público quando adaptada ”. Em contrapartida, Yuri trabalha com interpretação de texto e imagem sempre que pede análise.

Quais as semelhanças?

A dicotomia torna-se enlace em dois distintos contextos: a represália e o divertimento dos alunos. No primeiro, apesar das proporções distintas, os dois podem concordar que, sim, passaram por algum tipo de repreensão. Thiago com os alunos prestes a prestar vestibular, pois essas vertentes não são cobradas e “ninguém quer perder tempo”. Yuri, por sua vez, teve que lidar com isso mesmo durante o mestrado:

É preciso enfrentar o preconceito na Academia, principalmente o vício em marginalizar tudo aquilo que não é literatura clássica.

No segundo caso, os dois concordam em gênero, número e grau. “ Normalmente é uma leitura que eles gostam de expor o que pensam e interagem bastante com o professor e os colegas”, diz Thiago. “Todos ficam felizes quando as próprias vivências são trazidas para a sala de aula e consideradas conhecimento válido e legítimo”, completa Yuri.

Veja também: 5 dicas ótimas para se dar bem no vestibular.


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