Invariavelmente quando se fala sobre um botucatuense famoso no esporte, que atende por Zé Maria, logo vem à mente a imagem do jogador de futebol nascido na Fazenda Lageado, formado nas categorias de base da Associação Atlética Ferroviária, que em 1970 seria tricampeão do mundo com a seleção brasileira e anos depois, em 1977, o capitão do Corinthians na épica conquista do Campeonato Paulista de 1977, que colocou fim ao jejum de quase 23 anos sem títulos.  

Mas outro personagem, nascido em Botucatu e também chamado de Zé Maria, também viveu dias de glória no esporte. No entanto, sem tantos holofotes, o que faz dele um ilustre desconhecido da maioria das pessoas.

José Maria de Oliveira nasceu no dia 28 de abril de 1947. Ainda criança mudou-se para São Paulo com seus pais João Maria de Oliveira e Maria Isabel de Oliveira e seus cinco irmãos. Começou a trabalhar muito cedo, em 1959, no Banco Nacional de Minas Gerais onde permaneceu até 1970, ano que passou a atuar com compra e venda de automóveis.

Desde cedo, o botucatuense chamou atenção pela rara habilidade técnica na arte de boxear. Na época em que treinava com o técnico argentino Kid Jofre, pai do famoso pugilista Éder Jofre, na academia do São Paulo Futebol Clube, veio o auge em sua carreira.

Em 1974, conquistou o título de campeão brasileiro de boxe na categoria meio médio (67kg).  Lutou contra os melhores boxeadores de sua geração, incluindo Fernando Martins e Chiquinho de Jesus. Depois treinou e lutou por outras agremiações: BCN com o Ralph Zumbano e CET SET com o Waldemar Zumbano.

Zé Maria Pugilista
Recorte de matéria do jornal A Gazeta Esportiva com elogios a Zé Maria. Foto: Reprodução

Ao publicar uma crônica para o site Terceiro Tempo, o ex-boxeador Sidnei Dal Rovere assim falou sobre Zé Maria: “Sempre saiu dos ringues sem marcas, sem cortes e sorrindo. Um boxeador debochado, mas que conquistou admiração e amizade de todos e fez história nos ringues na década de 1970”.

Revelador de jogadores

Em 1983, já afastado do boxe, virou treinador de futebol nas categorias de base da Portuguesa. Ganhou fama de revelador de talentos, ao lançar um trio que viria a fazer sucesso e conquistar a Taça São Paulo de Futebol Junior: Tico, Sinval e Dener. Em 1985, virou treinador do juvenil do Corinthians e sagrou-se campeão brasileiro da categoria.

Em 1986, com a saída de Basílio, foi convencido pelo presidente Vicente Mateus a assumir o comando técnico da equipe principal. Aceitou o desafio e ficou 36 partidas invictas. Já na 25ª retirou do Palmeiras a Taça dos Invictos que está até hoje na galeria de troféus do clube de Parque São Jorge. Pelas mãos de Zé Maria subiram ao time principal jogadores como Marcelo, Márcio, Marcos Roberto, Viola e Paulo Sérgio.

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Treinando o Corinthians: Zé Maria durante a apresentação do volante Ezequiel. Foto: Reprodução

Em 1990 voltou a comandar a equipe. Ficou apenas um ponto atrás do Bragantino, terminando de maneira invicta a terceira fase do Campeonato Paulista. Iniciou o Campeonato Brasileiro, mas depois do começo ruim, com duas derrotas em dois jogos (Grêmio 3 x 0 e Cruzeiro 1 x 0) deu lugar a Nelsinho Baptista, que naquele ano viria a conquistar o primeiro título nacional do Timão.

O ilustre botucatuense faleceu no dia 15 de novembro de 2018, após complicações de saúde, em decorrência de uma briga de trânsito, na cidade de São Paulo.


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