O que acha de fazer um buraco e encontrar uma cápsula do tempo perdida hermeticamente fechada com documentos, vídeos, revistas, jornais de séculos passados? Isso pode parecer o início de uma história de ficção científica, mas não é. E a possibilidade disso vir a acontece, apesar de remota, existe.

O historiador João Carlos Figueiroa, explica ser comum entidades, instituições e órgãos públicos, montarem cápsulas do tempo e enterrarem em suas fundações e terrenos.

“São recipientes contendo o registro de uma época, com jornais locais, nacionais e objetos mostrando o contexto histórico da ocasião. Geralmente com data certa para sua abertura”, explica.

É possível mapear as cápsulas do tempo? Onde elas estão? De acordo com o historiador, muitas delas acabam se perdendo. Porém, isso não tira o seu valor histórico, pois um dia serão encontradas e contarão um pouco de nossa história passada.

Pisando sobre a história

Em Botucatu,temos cápsulas que nunca encontramos. Algumas estão no Mercadão Municipal, Colégio Santa Marcelina, Casa das Meninas e no Santuário de Lourdes. Além de outras que não tenho conhecimento”, disse.

“A mais recente que está em local desconhecido é a do novo Fórum Municipal. Ela foi colocada entre 2010 e 2012, mas o servidor que fez isso (David Devidé) faleceu e com ele a localização exata”, acrescenta.

A cerimônia de colocação da cápsula no Mercadão Municipal foi acompanhada pelo historiador em 14 de abril de 1955. “Eu estava presente mas não tenho como apontar ao certo onde está esse material”, ressalta.

Podemos estar literalmente pisando na história quando visitamos a Praça do Paratodos (Coronel Moura). Na praça existe uma cápsula do tempo perdida. “Foi colocada no Monumento da Independência, em 1922. A abertura está programada para 2022. Ao longo desse tempo a praça passou por reformas e não sabemos ao certo onde está localizada”, revela.

Nem todas as cápsulas estão perdidas

Apesar das cápsulas perdidas temos várias que estão muito bem localizadas com informações de coordenadas. Entre elas está o material enterrado na praça Rubião Júnior, ao lado da Prefeitura Municipal de Botucatu.

A cápsula foi instalada em 24 de maio de 2016, e para marcar o local e garantir que não se perca foi erigido um Obelisco. “Esse obelisco tem todas as informações necessárias para a retirada na data programada”, diz.

Em local bastante visível também temos a cápsula da Praça do Bosque (Emílio Peduti), o material histórico foi colocado no interior da estátua do cantor Raul Torres. A coleta do conteúdo foi coordenada pelo então guia turístico Fernando Pereira e instalada no interior da estátua pelo escultor que assina a obra, Pedro César.

“A cápsula do Bosque foi uma iniciativa independente e não tem data de abertura e nem devemos esperar por isso. Seria necessário abrir parte do monumento e acredito que essa possibilidade nunca venha a acontecer”, ressalta.

A Sabesp de Botucatu também possui uma dessas cápsulas, ela fica em sua sede protegida por um vidro. “Em termos de preservação e cuidados essa, e a que está sob o obelisco na Rubião Júnior são as conservadas”, revela Figueiroa.

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