No Dia do Corinthians, o relato de quem até no dia do casamento não abandonou o time de coração

O próximo domingo será uma data especial para 33 milhões de brasileiros, quando se comemora o Dia do Corinthians. Há 109 anos, no dia 1º de setembro, era fundado aquele que viria a se tornar um dos times mais populares e vencedores da história do nosso futebol.

O amor em preto e branco, que lota estádios e se espalha mundo afora, também tem uma legião de apaixonados em Botucatu. A segunda maior torcida do país – atrás apenas do Flamengo – faz com que a gente cruze com corintianos em qualquer lugar. E uma das características da chamada fiel torcida é justamente demonstrar essa paixão.

O frentista Marcos César Paes, 48, é um bom exemplo de amor incondicional ao time de coração. É daqueles que coleciona tudo que se relaciona ao Corinthians. Nunca sai de casa sem vestir alguma peça ou acessório que leve as cores, o símbolo ou nome do Timão. Por conta disso virou figurinha carimbada na cidade.

No posto de gasolina em que trabalha ou na missa de domingo é comum vê-lo vestido em preto e branco. “Ajuda o fato do padre Emerson (Anizi) também ser corintiano”, brinca numa referência ao pároco da Catedral, também conhecido por sua paixão alvinegra.

Mas engana-se quem imagina que Paes passou a torcer pelo Corinthians por influência do pai, como acontece com tantos garotos. “Meu pai, tios, avós e irmão são palmeirenses. Quando pequeno eu acompanhava os jogos de futebol pelo rádio do meu avô. Sentia algo diferente ao ouvir as partidas do Corinthians. Algo sem explicação”.

Sua primeira lembrança marcante de gritar é campeão foi no título paulista de 1979. Tinha apenas 8 anos. Brigou com a mãe porque queria ir para o Largo da Catedral fazer festa. “Ela não deixou. Eu era muito pequeno. Mas pelo menos ela também acabou virando corintiana”, comemora.

Agradece a São Jorge o fato de seu filho Johny, hoje com 21 anos, também ser mais um no que os corintianos costumam chamar de “bando de loucos”. O mesmo vale para a esposa Célia, também de família palmeirense, mas que torce pelo Timão.

“No dia do nosso casamento ela tinha certeza que eu subiria ao altar com a camisa do Corinthians por baixo do terno. Não casei com a camisa, mas a meia e a cueca eram do Corinthians”, revela.

Paes diz que é tão comum as pessoas o associarem ao time de coração que estranham se o encontram na rua e não está vestindo um boné ou camisa do clube. Apesar dessa paixão enorme, não se considera um torcedor fanático.

“A parte mais gostosa de tudo isso é me aproximar das pessoas e fazer amigos. O fanatismo leva a pessoa a achar que só ela tem razão e que só seu time presta. Graças a Deus consigo brincar e conviver numa boa com torcedores de outros times. Prefiro dizer que sou um torcedor apaixonado”.

Frequentou muitos estádios e guarda com carinho na memória cada partida, independente do resultado. Na sua opinião, o maior ídolo da história do clube é Basílio, o chamado Pé de Anjo, que fez o gol do título paulista de 1977, que tirou a Fiel de uma fila de quase 23 anos sem levantar um troféu. “Tivemos outros grandes jogadores, mas o Basílio foi responsável pela mudança que permitiu ao Corinthians ser o que é hoje”.

Ao longo desses 40 anos de paixão foi colecionando os mais variados artigos relacionados ao time. Camisas ele conta 52. Tem flâmulas, pôsteres, quadros, bonés, copos, garrafa, relógio e até sombreiro e imagem de São Jorge, o padroeiro do time. Em sua casa, onde os olhos alcançam, há sempre algo que demonstra que ali mora um corintiano.

“Sabendo desse meu amor, algumas pessoas já me presentearam com objetos do Corinthians. Essa amizade é que me deixa feliz. Ser corintiano é um estado de espírito inexplicável. Sou grato ao Corinthians que me ajudou a ser a pessoa que sou”.

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