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Na História, muitos personagens entraram para a estante dos Épicos por usarem a arte para algo muito maior do que um aplauso: a igualdade de direitos. Seria injusto da nossa parte citar um ou outro ícone. Porém, em Botucatu, uma personagem precisa ser lembrada pelo legado que já deixou: Malu Ornelas.

É difícil encontrar um Botucatuense que não tenha ouvido falar de Malu. O que alguns ainda desconhecem, é que não são apenas os belos ensaios fotográficos com modelos que a câmera da artista registra.

Defensora de causas como Feminismo, Luta Antimanicomial e muitas outras, Malu Ornelas está incomodada com o comportamento da sociedade. E é com Arte que resolveu ir à Luta!

“chega uma hora na vida que a perplexidade da realidade em que vivemos é tão triste e cruel que não nos resta outra opção a não ser lutar”.

Confira o bate-papo que tivemos com a fotógrafa.

Quando despertou o amor pela Fotografia?

Desde de criança, sempre montei cenários, colava jornais na parede, fantasiava meus irmãos para fotografar. Sorte a minha ter uma família que deixava a gente fazer tudo.

Isso cresceu na faculdade de comunicação visual, principalmente quando entrei em um laboratório fotográfico e nunca mais sai. No estágio em um jornal de Bauru que descobri que seria  fotografa para sempre. Fotojornalismo é minha paixão.

Paixão pelo fotojornalismo: registro feito durante uma manifestação em Brasília

Quando entendeu que poderia usar esta arte para Militar ou Conscientizar as pessoas?

Foi um longo processo! Apesar de sempre ter como referências fotógrafos humanistas como Henri Cartie Bresson , Sebastião Salgado , Nair Benedcito , Araquém Alcântara  , João Ripper  , Evandro Teixeira entre outros ..  

É uma evolução pessoal,  chega uma hora na vida que a perplexidade da realidade em que vivemos é tão triste e cruel que não nos resta outra opção a não ser lutar, e minha arma é a fotografia. Com ela podemos sensibilizar, provocar, questionar, contar histórias com Imagens.

Fui mudando o foco, cruzando com pessoas que pensam como eu, participando de eventos, festivais, workshops, palestras e tudo mais relacionado a defesa e valorização do ser humano.

Eu me encontrei nesses espaços solidários, éticos, democráticos, cheios de cultura e Arte.

Qual causa mais te sensibiliza a lutar com a arte?

Todas! A gente chora, a gente ri, a gente vira irmão… eu conheci pessoas incríveis na Luta Antimanicomial , na luta LGBTQIA+ , no Movimento Negro , no Movimento das mulheres  ,  Setembro Amarelo , Fazenda Esperança ,  Aconchego , Outubro Rosa ..entre outras ..

Existe muito amor na resistência! A gente aprende tanto ..eu vou em todas que precisarem.


A exposição “Ela Resiste” foi um caso que marcou. Alguma outra ação teve um impacto na sociedade?

Sim, tanto que não parou. A exposição “Ela Resiste”  aconteceu em diversos lugares e eventos, com palestras e rodas de conversas sempre discutindo sobre o feminismo , empoderamento, sonoridade , superação  e violência contra a mulher .  Teve também a segunda edição, na cidade de Jaú,  assim o nome mudou para “Ela Resiste Sempre”.

ELA RESISTE e não vai parar , já estamos chamando novas mulheres e quem sabe um dia eu faça um livro em agradecimento a todas essas mulheres que lutam por um mundo melhor para todos e todas.

Sempre tem ,  é importantíssimo todas as ações que chamam as pessoas para o debate  e discussão sobre esses assuntos relacionados aos direitos humanos.

Já foram várias exposições seguindo esta linha de justiça social. Em alguma você encontrou dificuldade maior?

A exposição “Por trás do silêncio”  que é uma campanha para o enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres e meninas – que fizemos a pedido do conselho das mulheres – foi  bem traumática. Primeiramente foi censurada , e depois começamos a receber tantos depoimentos sobre violência contra as mulheres que fiquei em crise por um bom tempo ..

Exposição “Por trás do silêncio” chegou a ser censurada

Você tem carinho especial por alguma fotografia específica?

Por todas as fotografias das crianças do Coletivo Jonas Alves de Fotografia, crianças do Projeto Atitude / Escola Jonas Alves que ensino Fotografia.

Como Malu Ornelas resume a missão de Malu Ornelas?

Primeiro só consigo seguir em frente porque tenho uma família, uma equipe de trabalho e amigos  super engajados ..todos entram na causa comigo . 

Quero ter forças para lutar todos os dias da minha vida contra o racismo, o preconceito, o machismo, a homofobia e todas as formas de desigualdade, desvantagens e exclusão social.

Uma frase que a inspira…?

“Se a nossa opção é progressista , se estamos a favor da vida e não da morte, da equidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua negação, não temos outro caminho se não viver a nossa opção. Encarná-la, diminuindo, assim, a distância entre o que dizemos e o que fazemos.” Paulo Freire

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