Silas André Pereira de Brito, de 14 anos, aluno do 9º ano da Escola Estadual “Cardoso de Almeida” (EECA) conquistou a medalha de ouro na 22ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).

Esta é a maior olimpíada científica do Brasil com quatro níveis de competição. Os três primeiros divididos por série para estudantes do ensino fundamental e o quarto destinado ao ensino médio. A competição é organizada pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB).

O feito de Silas ganha contornos ainda mais especiais quando olhamos para sua história. De família humilde, ele vive em uma casa simples no Jardim Santa Maria com a mãe Luciana, uma auxiliar de serviços gerais que o criou sozinha. Apesar de ter abandonado os estudos muito cedo, ela sempre fez questão de incentivar o filho a trilhar o caminho da escola.

Silas e a mãe Luciana: crença que a educação pode transformar suas vidas
(Foto: arquivo pessoal)

Sonhos

E deu certo. Apenas os alunos com as melhores notas foram inscritos para disputarem a OBA 2019. Silas estava entre eles. E logo em sua primeira participação conquistou a medalha de ouro, para orgulho da família e da escola. “Eu fiquei realmente muito surpreso, pois no dia da prova estava meio nervoso”, confessa.

Fã de matemática e história, o estudante demonstra interesse pela astronomia, mas sonha em ser engenheiro. Ainda tem dúvidas se segue a área civil ou mecânica. Também tem como meta conhecer outros países.

Meu sonho é quando crescer, ser alguém na vida. Não apenas para ajudar minha família, como também nosso país, que está precisando muito. Espero que eu possa retribuir a minha família e amigos o que eles estão fazendo agora por mim”.

Educação

Silas acredita que pode encontrar na educação o passaporte para um futuro melhor. E fala com alegria do fato de sua mãe estar voltando a estudar nesse ano. “Acho isso muito bom. Ela nunca teve muito tempo, mas agora conseguiu. E eu estou ajudando. Tenho muito orgulho disso”.

Prestes a ingressar no ensino médio, o adolescente que sempre estudou em escola pública vive a expectativa de conseguir uma das vagas para cursar o Colégio Embraer. Ele faz contagem regressiva para conhecer o resultado que será anunciado no próximo dia 25.

Silas faz questão de agradecer todos que o incentivaram a participar da OBA 2019 e contribuíram para a conquista da medalha de ouro.

A diretoria da escola, meus amigos, e principalmente minha mãe, que sempre me incentivou nos estudos. Eu queria dedicar aos professores de Matemática, principalmente, o Marcos Ubirajara, que além de um ótimo professor, me dá bons conselhos e é uma pessoa muito legal”.

O futuro engenheiro demonstra maturidade pouco comum a sua idade quando estimulado a deixar uma mensagem final.

“Queria falar para todos os estudantes, de todas as idades, que não parem de estudar. E, por favor, respeitem os professores, façam as matérias, prestem atenção nas aulas, para que no futuro não sejam necessitados”.

“Sou um garoto “Geek” de Botucatu. Amo Gravity Falls, eletrônica, rock e jogos em geral. Estou no 9°Ano”.

Assim o jovem Silas André Pereira de Brito se apresenta nas redes sociais.

A 22ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) está com inscrições abertas até 17 de março. O cadastro é gratuito e pode ser feito pelas próprias escolas (públicas ou particulares).

A OBA é a maior olimpíada científica do Brasil e conta com quatro níveis de competição, sendo os três primeiros para os estudantes do ensino fundamental, conforme a série, enquanto quarto é destinado ao ensino médio. A organização é formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Agência Espacial Brasileira (AEB).

A Olimpíada

A 22ª OBA será realizada em 17 de maio nas escolas participantes, contando com provas compostas por sete questões de Astronomia e três de Astronáutica.

As medalhas da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica serão distribuídas de acordo com a pontuação obtida pelos participantes de cada nível. Os melhores classificados representarão o Brasil nas olimpíadas Internacional de Astronomia e Astrofísica e Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica de 2020.

“Queremos promover a disseminação dos conhecimentos básicos de forma lúdica e cooperativa entre professores e alunos, além de mantê-los atualizados”, Dr. João Canalle – astrônomo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e coordenador nacional da OBA

Os participantes da 22ª OBA poderão participar da Jornada Espacial, evento que será realizado em São José dos Campos/SP. Os estudantes que ficarem com as vagas ganharão material didático e vão assistir a palestras de especialistas.


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