O Brasil vem fazendo bonito e lidera o quadro de medalhas dos Jogos Parapan-Americanos que estão sendo disputados em Lima, no Peru. Em meio às histórias de superação e conquistas de nossos atletas, uma delas de certa forma está ligada com Botucatu.
A mesa tenista Cátia Oliveira, que ficou com a medalha de bronze na classe 2 (cadeirantes) morou na cidade anos atrás quando se destacava em outro esporte: o futebol. A atleta jogou profissionalmente pelo Botucatu Futebol Clube.
Um drama pessoal marcou definitivamente sua vida em outubro de 2007, quando tinha apenas 16 anos. No dia de sua primeira convocação para a seleção brasileira, Cátia sofreu um grave acidente de carro na rodovia Geraldo Pereira de Barros, próximo à cidade de São Manuel. Ela dormia no banco traseiro sem usar o cinto de segurança. O impacto da batida provocou uma lesão medular cervical, deixando-a tetraplégica.
“Sofri o acidente às 11h e às 17h saiu a convocação com meu nome. Foi bem difícil encarar isso tudo e fazer a reabilitação. No começo, só conseguia mexer o olho. Mas agora estou bem melhor”, disse, em entrevista ao Estado de S. Paulo.
Uma amiga lhe apresentou o tênis de mesa, um ano depois do acidente. Mas foi apenas em 2013 que decidiu encarar um novo esporte de alto rendimento. Os bons resultados não demoraram a aparecer e no mesmo ano chegou à seleção brasileira.
A primeira grande conquista internacional veio no Parapan de Toronto-2015, com ouro no individual e prata por equipes. No ano seguinte participou dos Jogos Paralímpicos no Rio, mas não conquistou medalhas.
Em seu primeiro Campeonato Mundial, disputado na Eslovênia, em 2018, um novo drama. A atleta perdeu o pai logo depois de conquistar a inédita medalha de prata na classe SF1-2. Flávio Alves, conhecido como “Preto” morreu vítima de ataque cardíaco, em Cerqueira César (SP). Cátia ficou sabendo da notícia pouco antes da cerimônia de premiação.
Atualmente, a ex-jogadora de futebol do BFC está na lista dos sete mesatenistas brasileiros que figuram no Top 10 do ranking mundial e agora seguirá em busca da vaga para a Paraolimpíada de Tóquio, em 2020.
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Parabéns para Cátia e para a reportagem. Adorei.