Quando falamos em usina nuclear, enriquecimento de urânio e qualquer coisa que remeta ao tema, dá um friozinho na barriga por medo e também pela falta de informação. Porém, é necessário entendermos que a tecnologia nuclear vem ajudando e muito a humanidade, seja pelas fontes de energia ou pelo seu papel primordial na medicina.
Há 20 km de Boituva, na cidade vizinha de Iperó, aos pés do Morro de Ipanema está localizado o gigantesco complexo do Centro Experimental de Aramar. Como citado anteriormente, estamos falando de um complexo, um conglomerado de fábricas e centros de pesquisas militares voltados para pesquisa, desenvolvimento de novas tecnologias nucleares para fins pacíficos e enriquecimento de Urânio para o uso em reatores nucleares comerciais, ou seja, geração de energia.
No processo de enriquecimento, o isótopo de Urânio-238 é inserido na ultracentrífuga localizada na unidade de enriquecimento. O processo consiste em separar o material de menor peso e o de maior peso, repetindo o processo em um enriquecimento estilo cascata. Ao final do processo, o material é recolhido e segue para outras etapas do ciclo combustível.
Além do enriquecimento de urânio, o local também está desenvolvendo um projeto grandioso. O primeiro submarino nuclear com tecnologia nacional, ou seja, o desenvolvimento de um reator nuclear para os submarinos brasileiros, sendo este um salto no desenvolvimento militar tecnológico do país.
Com o reator nuclear, o submarino pode ficar submerso por dias, otimizando as operações de fiscalização na extensa costa brasileira e igualando o Brasil ainda mais a potências tecnológicas mundiais. Hoje em dia, lideradas por China, Estados Unidos, Reino Unido, Rússia e França.
No ano de 2020, o primeiro protótipo do reator brasileiro recebeu duas das três partes necessárias para iniciar os testes. Este protótipo está instalado em Aramar no Laboratório de Geração Nucleoelétrica (LABGENE). Após a montagem e todos os testes, um reator idêntico deve ser instalado no Submarino Álvaro Alberto, a previsão para a conclusão do projeto é no ano de 2034.
Aramar causa algum risco para a população que vive no entorno?
As operações nucleares de Aramar não causam risco à saúde ou à segurança das pessoas que vivem próximas. As instalações foram projetadas para tornar extremamente baixa e pouco significativa as consequências fora dos limites da instalação.
O que acontece caso haja um acidente nuclear nas instalações?
Aramar está preparada para possíveis acidentes do tipo, pois, conta com a Companhia de Defesa Química, Biológica e Nuclear dentro das suas instalações. Sendo assim, a equipe entraria em operação o mais rápido possível para conter e ajudar as pessoas. Aramar também tem o auxílio exclusivo do Hospital Naval Marcílio Dias que possui infraestrutura dedicada para pessoas que são expostas a materiais radioativos.
Além disso, o local também tem parceria com a Comissão Nacional de Energia Nuclear, órgão superior que estabelece normas e regulamentos em radioproteção, licencia, orienta, fiscaliza e controla a atividade nuclear no Brasil.
O CPTMS em Iperó se preocupa também com o meio ambiente, levando em conta que são feitos inúmeros estudos para que as instalações não ofereçam qualquer tipo de risco para o meio ambiente e ecossistema da região.
Além das indústrias citadas acima, existem muitas outras que compreendem o complexo Nuclear de Aramar, ao todo são cerca de 800 colaboradores envolvidos neste fabuloso lugar que desperta a curiosidade de todos e existe pelo propósito de um bem maior de salvar vidas, melhorar a qualidade de vida das pessoas, garantir a segurança energética com energia limpa e defender a soberania do País.
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