De acordo com o Censo de 2010 do IBGE, o distrito de Tibiriçá possui quase 1.500 habitantes. Mas é claro que, na última década, essa região cresceu e se desenvolveu, contando com uma população que atinge algo próximo do dobro do número indicado anos atrás.

Atualmente, Tibiriçá possui diversas estruturas importantes, como Núcleo de Saúde, Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), creche, Biblioteca Ramal, Escola Estadual e academia ao ar livre.

Dessa maneira, no clima de calmaria que preserva características dos costumes rurais, o distrito bauruense possui uma história que remonta o próprio desenvolvimento do município. Saiba mais!

Estação Tibiriçá

A origem da vila de Tibiriçá está diretamente relacionada a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, a famosa NOB. Isso porque tudo começou com a abertura, em 1906, da estação que levava o nome de Presidente Tibiriçá, uma referência a Jorge Tibiriçá, que foi “presidente” do Estado de São Paulo, um cargo equivalente ao de governador. O político fez a primeira viagem do local, e o trecho inaugurado foi de Bauru a Lauro Müller (Ministro Calmon).

Depois de algum tempo, o local passou a se chamar apenas Estação Tibiriçá, uma estrutura que movimentou o local e contribuiu para a prosperidade da vila.

“Fotografia com imagem da estação de Tibiriçá (antiga Presidente Tibiriçá) no distrito de mesmo nome em Bauru-SP. A estação foi inaugurada em 27 de setembro de 1906”, diz o arquivo do Museu Ferroviário Regional de Bauru.

Outro marco importante para o desenvolvimento dessa região foi a Fazenda Divisa, que hoje tem sua sede tombada como patrimônio histórico de Bauru. De acordo com as informações do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Bauru (CODEPAC), “a vila que fica encravada na Fazenda Divisa desenvolveu-se a partir de uma doação de cinco alqueires paulistas de terras da fazenda no ano de 1915, feita pelos proprietários Antônio Gonçalves Fraga e Joaquim Rodrigues Fraga para a Irmandade de Misericórdia, mantenedora da Santa Casa de Bauru, que rapidamente dividiu a área e vendeu os lotes”.

Assim, o distrito foi criado oficialmente em 9 de dezembro de 1919, de novo como Presidente Tibiriçá, com um território desmembrado do distrito de Jacutinga (atual Avaí), no município de Bauru. Apenas em 1938 houve uma alteração por decreto do nome para somente Tibiriçá.

No final da década de 1920, ganhou força a economia cafeeira, e a Fazenda Divisa é um expoente dessa época.

“Construído em 1924, o casarão apresenta piso revestido com ladrilhos portugueses, com seus mosaicos em branco e preto. Batentes, portas e janelas de madeira ainda ocupam seus espaços originais. Os leões ao pé da escada frontal, que simbolizam parte do brasão da família, são os mesmos do período da construção. Os tijolos do piso do porão que, originalmente, abrigava um depósito, a selaria e uma fábrica doméstica de vinho de laranja, resistiram ao tempo e permanecem até hoje”, descreve o CODEPAC. (Foto: Priscila Medeiros)
“Fotografia com imagem da sede da Fazenda Divisa no distrito de Tibiriçá em Bauru-SP. A casa foi construída por Joaquim Rodrigues Fraga em 1924”, diz o arquivo do Museu Ferroviário Regional de Bauru.

Quem vive Tibiriçá hoje

O distrito de Tibiriçá tem uma diversidade marcante na produção rural, com atividades como a agricultura familiar e a pecuária leiteira.

Márcio Luiz Limão conta que a propriedade em que trabalha em Tibiriçá está na sua família há 60 anos, desde quando seu avô a comprou. “Eu sempre frequentei, desde pequeno. Atualmente, com 40 anos, ainda frequento a região e uma parte dessa fazenda, hoje, é minha”.

Assim, afirma que atua na pecuária leiteira há mais de 15 anos em Tibiriçá. “Inclusive, foi o que me sustentou nessa fase da pandemia. Eu tiro leite, minha mãe faz queijo e vendemos na cidade de Bauru”, explica Márcio, que também trabalha com o comércio de compra e venda de gado e transporte de animais naquela região.

O pecuarista pontua que é o fundador e administrador da Comitiva Gold Brothers. “Nós participávamos de várias cavalgadas na região, então, faz quase três anos eu criei a comitiva por ter uma grande ligação com um amigo que considero irmão aqui em Tibiriçá, daí que veio o nome. Com a Gold Brothers, organizamos cavalgadas em Tibiriçá para ajudar a igreja, a creche da cidade e alguns outros eventos”, narra Márcio.

Em seu perfil no Instagram, Márcio Luiz Limão também compartilha seu dia a dia na fazenda e atua como influenciador digital.

Márcio Luiz Limão atua na pecuária de leite há mais de 15 anos em Tibiriçá. (Fotos: Reprodução/Instagram)

Fotos históricas de Tibiriçá

Por conta da ligação do distrito com a história da ferrovia, o Acervo digital do Museu Ferroviário Regional de Bauru mantém diversas imagens históricas de Tibiriçá. Confira algumas!

Curiosidade extra: a noiva do Casarão

Você sabia que tem uma história fantasmagórica envolvendo Tibiriçá? A lenda diz que, no dia de seu casamento, uma noiva tropeçou nas escadas de seu casarão, em uma das fazendas de café do distrito, e morreu. Diante da tragédia, seu espírito passou a rondar pelos trilhos próximos do casarão, sempre pedindo que alguém tire o véu do seu rosto, que transparece toda a tristeza pelo seu fim.

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2 COMENTÁRIOS

  1. somos proprietarios da fazenda divisa a 40 anos ou mais, tenho uma certidão de 100 anos daquelas terras que conta sua historia e acho uma falta de gentilesa nao se referirem a familia, o centro comunitario que leva o nome do fundador do distrito, por ex, foi doado pelo meu avó Fares Auad…

    • Meu bisavô o major fraga, prefeito de Bauru na década de 30, o personagem mais ilustre de tibirica e que foi dono da fazenda divisa nao foi citado no texto, pq vc quer ser citado? Me poupe. Quem quer aparecer coloca um melancia na cabeça

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