O Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC – USP) é popularmente conhecido como Centrinho. A instituição pública é dedicada a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e se tornou uma referência não só no Brasil, como em todo e mundo. Reconhecido como Hospital Universitário de Ensino pelos Ministérios da Saúde e da Educação, o Centrinho de Bauru tem como especialidade o tratamento de anomalias craniofaciais e de deficiências auditivas.

Por conta do trabalho de excelência realizado, a instituição recebe pessoas de todo o país e acaba representando um capítulo importante na trajetória de diversas famílias. E esse é o caso de Iarley Bermudes, que veio do Espírito Santo para Bauru por conta do Centrinho. Com 14 anos, o jovem já passou por 18 cirurgias reparadoras.

O Centrinho representa muito para mim. É uma parte da minha vida e da minha história. É a minha segunda casa. Eu sou muito bem tratado lá e não tenho nem palavras para descrever minha experiência, pois me sinto tão acolhido por todos desde a portaria até a salas dos médicos, além da população de Bauru que sempre me abraça”, conta Iarley.

Iarley Bermudes: resiliência como guia

Iarley nasceu com uma má formação congênita de lábio leporino e com uma fenda palpebral e uma fissura rara número 4. Assim, o jovem conta que sua mãe o levou ao Centrinho quando ele tinha apenas três meses de vida para fazer uma avaliação. Com 10 meses, fez a primeira cirurgia de fechamento. “A minha fissura era rara, e eles estudaram meu caso, pois também nasci com má formação na respiração. Era totalmente fechado, eu só respirava pelo nariz”, explica.

Centrinho de Bauru. Iarley ainda bebê e com 14 anos, após 18 cirurgias
(Foto: Arquivo Pessoal Iarley Bermudes)

Segundo o capixaba, o motivo de sua vinda ao Centrinho foi sua mãe, Cristiane, que já tinha ouvido falar do hospital. “É uma referência no casos raros de fissura de crânio facial, o melhor da América Latina, além de ter os melhores médicos que eu já vi na minha vida”, diz Iarley.

O jovem conta que tem mais uma cirurgia marcada, e que suas vindas ao hospital eram periódicas, a cada três meses, mas, por conta da pandemia, a frequência diminuiu. Dessa forma, seus períodos em Bauru são marcados por desafios e por superação. “Um dos tempos mais longos que já fiquei internado, fazendo procedimentos cirúrgicos, foi em 2015, quando minha mãe e eu passamos quatro meses em Bauru“.

De acordo com Iarley, todo esse processo de tratamento foi muito difícil para os seus pais, desde o início. “Até hoje, na verdade. Na maior parte das vezes, quem me acompanhava era a minha mãe. E o meu pai ficava trabalhando para dar a assistência que a gente precisava. Era complicado ficar em Bauru só com o valor que era mandado pelo governo. E foram diversas barreiras que nós precisamos enfrentar, inclusive jurídicas”, revela.

Para ele, as cirurgias e todas as outras intervenções as quais foi submetido não devem ser vistas com negatividade. “Os procedimentos que eu fiz me ajudaram a me motivar mais, a aumentar a minha autoestima. Tudo com muita resiliência, que significa enfrentar obstáculos e barreiras e sair mais forte”, declara.

Hoje, além de estudante, Iarley é palestrante e youtuber, e os temas que mais aborda são motivação, bullying e cyberbullying. “Eu quero ajudar o próximo. E o que eu diria para aqueles que estão passando por esse momento e para os que já passaram é que é necessário ter resiliência. Precisamos enfrentar essas dificuldades que são impostas. Você vai superar isso! Para mim, uma frase importante que me ajudou muito foi: a dor sempre passa“, finaliza o jovem.

“Eu quero ajudar o próximo. E o que eu diria para aqueles que estão passando por esse momento e para os que já passaram é que é necessário ter resiliência. Precisamos enfrentar essas dificuldades que são impostas. Você vai superar isso! Para mim, uma frase importante que me ajudou muito foi: a dor sempre passa”

Iarley Bermudes

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