Você sabia que uma pessoa com deficiência gasta em torno de 2h30 por dia apenas para se vestir?

Isso acontece porque a moda não costuma ser desenvolvida pensando em quem tem alguma dificuldade motora. Mas, uma designer bauruense resolveu reinventar esse conceito.

“Eu vi que as tais roupas inclusivas eram feitas só para cadeirantes. Fiquei pensando: ué, então não é totalmente inclusivo. Existem outros tipos de deficiência”, conta Drika Valério, idealizadora da marca Aria Moda Inclusiva.

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Foto: Reprodução/Instagram

Ao terminar o ensino médio, Drika se formou em Moda e Design. Para o trabalho de conclusão da segunda graduação universitária, desenvolveu um vestido de noiva inclusivo.

A peça poderia ser usada por qualquer pessoa, com ou sem deficiência, por conta das costuras e aberturas em locais estratégicos, pensados para dar autonomia as pessoas com deficiência.

O vestido desenvolvido por Drika viajou o Brasil participando de concursos e desfiles. Ver o impacto positivo que causa na autoestima das pessoas com deficiência é o que a motiva a continuar com o trabalho que já dura 8 anos.

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A modelo Roberta acompanhou Drika até o Rio de Janeiro para um evento, onde conheceu o mar pela primeira vez. Foto: Reprodução/Instagram

“Para com isso, menina! Que besteira!” e “Que pessoa com deficiência vai casar?”, foram alguns dos comentários maldosos que a designer teve que enfrentar ao longo da caminhada, especialmente no início.

“Dificuldade e gente pra te colocar pra baixo vai ter um milhão. Mas ninguém pode vencer uma pessoa que não desiste“, conta emocionada.

Diferencial

“Eu não concordei com o que era dito como moda inclusiva. Vi que havia muito a ser feito. Ter cursado moda e design colabora para meu olhar mais técnico na elaboração de projetos”, explica a empreendedora.

As roupas da Aria são pensadas para que pessoas com qualquer tipo de deficiência tenham autonomia de se vestirem com o mínimo de ajuda possível e isso colabore com sua autoestima. Além disso, a ideia é que elas possam se expressar por meio das peças que usam, já que possuem informação de moda.

Drika conta que a maioria das peças para pessoas com deficiência tem um design hospitalar, sem pensar no fato de que moda é uma forma de expressão e que todos deveriam poder escolher o que querem vestir e ter seu estilo.

Reconhecimento

Conforme o trabalho foi divulgado e comentado em todo o Brasil, as pessoas começaram a procurá-la. Afinal, era tudo novidade dentro do que se conhecia no mercado de roupas inclusivas.

Comecei a estudar corpos, roupas, modelagens e desenvolver peças que qualquer pessoa poderia usar. E claro, com informação de moda e estilo!

De vestido de noiva a peças do dia a dia e acessórios, as opções para as pessoas com deficiências foram se expandindo.

“Nunca me esqueço do dia em que apresentei algumas calças jeans para uma adolescente com deficiência e ela se emocionou muito. Olhava para a mãe e dizia que agora ela nunca mais precisaria de ajuda para se vestir. Esse tipo de conquista me torna incansável dentro do que me proponho a fazer”, relembra.

Foto: Reprodução/Instagram

A empreendedora relembra que sua maior insegurança no início era fazer algo para um público com quem nunca teve contato na vida. “Eu não conhecia tantas pessoas com deficiência quanto conheço hoje”.

Com a ajuda de modelos voluntárias, eventos beneficentes, empenho para promover desfiles de moda. muita criatividade e técnica para elaborar as peças de acordo com a necessidade de cada pessoa, Drika se mantém firme no propósito que a levou a fazer tudo isso quando era recém-formada: fazer a diferença.

Quer conhecer mais sobre a Aria Moda Inclusiva?

Você pode seguir a marca da Drika no Instagram clicando aqui. Para curtir a página no Facebook e acompanhar as novidades, clique aqui.

Se interessou pelas roupas? Tudo é criado artesanalmente pela designer de acordo com as habilidades motoras das pessoas. Basta entrar em contato com a página via Facebook ou Instagram.

Tem que ser persistente, resiliente e acreditar que você pode transformar a realidade


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