Uma rotina intensa de treinamento, dieta rígida, acompanhamento de especialistas em saúde e alimentação, um bom treinador e muita, muita dedicação e força de vontade. Esses são alguns dos elementos necessários para se fazer um campeão brasileiro de Crossfit.

E o campeão deste ano veio de nossa cidade! Não, ele não nasceu aqui, mas adotou Bauru como o seu lugar para treinar e conquistar títulos.

Aos 22 anos, Kaique Cerveny acaba de faturar o TCB, principal campeonato de Crossfit do país, na categoria Elite, pela equipe da cidade Crossfit Bauru.

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Kaique Cerveny foi campeão de Crossfit na categoria Elite do TCB. Foto: Arquivo Pessoal

Um grande feito, não é mesmo?

Para saber mais sobre essa conquista e conhecer a rotina de um campeão, entrevistamos o Kaique em um bate-papo sobre a sua trajetória de vida até o título. As respostas você confere a seguir!

1 – Gostaria que você se apresentasse e contasse um pouco da sua história de vida.

K: Eu nasci em São Paulo e morei lá até os 6 anos de idade, quando nos mudamos para Mineiros, interior de Goiás, por conta do trabalho do meu pai.

Foi lá que eu vivi grande parte da minha vida. Com 16 anos, eu mudei para Uberlândia, Minas Gerais, para estudar. Fui terminar o terceiro ano da escola e logo depois iniciei a faculdade.

Eu comecei a gostar de esporte desde muito cedo. Quando eu era pequeno eu era gordinho, então eu passei por várias fases, queria emagrecer, ficar forte. Eu sempre gostei muito de esporte no geral, joguei futebol, tênis, andei de skate, vários esportes.

Com 11 anos mais ou menos eu entrei para a academia. Aí fiquei até os 16 anos, quando conheci o Crossfit. Me transferi para Bauru, eu vim treinar na Crossfit Bauru. O esporte está comigo tem muito tempo.

2 – Há quanto tempo você treina Crossfit? Como essa história começou?

K: Eu treino Crossfit há mais ou menos 3 anos. Começou quando eu fiz alguns trabalhos de modelo. Nessa época eu tinha que atingir um corpo menor, eu tinha que ser magro. Então, eu contratei um personal, o Bruno Varolli.

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Foto: Arquivo Pessoal

Foi aí que ele começou a implantar alguns exercícios de Crossfit em meu treino. Ele sempre falava que eu tinha futuro, e eu coloquei isso na minha cabeça, até que rolou um dia em que eu decidi entrar de vez nisso, competir e virar atleta. Eu sempre fui dedicado e sabia o que queria, então as coisas andaram muito bem.

3 – Você já participou de outros campeonatos anteriormente? Pode falar sobre essas experiências?

K: Eu não tenho tantos campeonatos no meu currículo. Já participei de alguns no começo, em amadores. Os campeonatos Elites começaram no ano passado, no Wod.Land em Brasilía. Eu tive uma lesão no joelho nesse meio tempo e fiquei quatro meses tratando. Foi o que me segurou na minha evolução por um ano mais ou menos.

O Wod.Land foi a primeira competição depois de todo esse tratamento no meu joelho. Foi onde tudo começou a mudar. O tempo que eu fiquei afastado dos treinos por conta da lesão me serviu de muito aprendizado, porque trabalhei a paciência.

Nesse campeonato eu fiquei em quarto lugar. Eu sabia que não ia pegar pódio porque não estava totalmente preparado. Então fui me preparando, preparando e participei do Braziilan Showdown.

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Foto: Arquivo Pessoal

Foi onde as portas se abriram pra mim. Eu consegui ganhar o campeonato e ganhei uma vaga para o European Showndown, em Paris. Lá tinham atletas mundiais e eu consegui o terceiro lugar nesse campeonato. Foi uma experiência muito bacana pra mim, e ter competido internacionalmente me abriu uma visão gigantesca pra tudo.

4 – Conte sobre o campeonato que você conquistou esse ano.

K: O TCB funciona da seguinte forma: são cinco seletivas pelo Brasil, que acontecem em junho e julho. Nessa seletiva participam mais ou menos 1.000 atletas.

Entram apenas os 50 melhores atletas do Brasil. A seletiva que fiz foi em Vinhedo e consegui o terceiro lugar. No ranking geral de todas as seletivas eu fiquei em nono. 

Dois meses depois acontece o TCB. Consegui melhorar muita coisa que era ponto fraco, melhorei minha estrutura corporal e consegui chegar no TCB em uma das melhores formas que já me vi.

5 – Como é a sua rotina de treino e alimentação?

K: Eu treino de segunda a terça e de quinta a sábado. Na quarta eu faço um “rest ativo”, e sábado eu faço uma sessão de treino só, mais rápida, mas não menos desgastante. Domingo é um descanso total.

Eu treino de duas a três sessões por dias. Em dois dias da semana nós fazemos três sessões. Eu acordo por volta das 7 horas. Minha alimentação quem faz é a Andreia Naves, e eu sou muito chato com alimentação, sou muito rigoroso. Eu curso nutrição, então eu entendo a importância disso.

6 – Gostaria de deixar alguma mensagem para as pessoas que te acompanham e te veem como uma inspiração?

K: Quando eu comecei o Crossfit, entrei com a perspectiva de ser atleta e de querer viver isso. Eu tinha quatro meses de Crossfit e já falava que era atleta para todo mundo. No começo todo mundo desacredita, mas eu sempre falei que ia chegar longe.

Eu sempre fui muito certo de que eu queria um dia chegar a ser o melhor do Brasil e um dia quero chegar a ser o melhor do mundo. Eu sou um cara muito dedicado e sempre alcancei tudo o que me propus a fazer.

O mais importante de tudo é, mesmo se falarem para você não fazer algo, para escolher outra coisa, jogar isso pro lado e seguir o seu sonho. O mais importante da nossa vida é ter um sonho e lutar por ele. E foi o que eu fiz e faço diariamente. Eu levanto todo dia e corro atrás de um sonho meu. Eu acho que é basicamente isso que eu tenho pra passar: não importa o que vão falar, nada importa quando se trata do seu sonho. Siga ele e faça de tudo. Levante todos os dias querendo ele e fazendo o máximo para alcançá-lo. Eu tenho certeza, uma hora a gente alcança, a gente só precisa tentar. E se errar, se falhar uma vez, continue tentando, porque é o seu próprio sonho.

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Foto: Arquivo Pessoal

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