Toda cidade possui seus mistérios, aqueles que despertam a curiosidade, o medo e até mesmo a adrenalina dos que são chegados a um enredo de filme de terror. Afinal, o suspense e o desconhecido fazem parte da trajetória do desenvolvimento dos municípios – até mesmo por conta da tentativa de encontrar no sobrenatural explicações para os fenômenos da realidade. Assim, essas histórias são intrigantes, mexem com a imaginação e deixam aquela “pulga atrás da orelha”.

Em Bauru, é claro, não é diferente. Na Cidade Sem Limites, inclusive, algumas lendas, daquelas que são passadas de geração por geração, de pessoa para pessoa, envolvem marcos da história bauruense. Com o Dia das Bruxas, ou Halloween, se aproximando, quer conhecer mais sobre esses relatos assustadores? A gente conta os melhores para você!

Cemitério da Saudade: O Bem-Amado foi inspirado em Bauru?

As terras nas quais foi construído o primeiro cemitério da cidade foram doadas pelo empresário João Henrique Dix. E adivinhem quem foi a primeira pessoa a ser enterrada no local? Isso mesmo, o próprio Dix. O aspecto misterioso – e trágico, convenhamos – desse acontecimento é que o homem se matou com um tiro no coração no dia 26 de julho de 1908, quando o cemitério estava prestes a ser inaugurado.

Assim, diz a lenda que havia uma carta de suicídio em que Dix explicou que tirou a própria vida justamente porque queria ser o primeiro a ser enterrado naquele lugar. O túmulo dessa figura bauruense foi até mesmo tombado pela Prefeitura de Bauru!

Mas… essa história parece um pouco familiar para você? A impressão pode ser por conta do sucesso de “O Bem-Amado”, de Dias Gomes. Na trama representada na primeira telenovela em cores da televisão brasileira, o personagem Odorico Paraguaçu (interpretado por Paulo Gracindo) era candidato à prefeitura da cidade de Sucupira, que ainda não possuía um cemitério. Assim, o político acabou eleito com o slogan: “Vote em um homem sério e ganhe um cemitério”.

A grande questão era que ninguém morria na cidade para inaugurar o local (grande desejo de Odorico). Isso até que, no final da novela, o próprio prefeito foi o primeiro a ser enterrado, pois foi morto por Zeca Diabo (do ator Lima Duarte) com três tiros. Irônico, não?

Fato é que a lenda bauruense data de 1908, enquanto a novela foi exibida em 1973, e há semelhança entre as histórias!

Foto: Priscila Medeiros/Divulgação

Cuidado com os trilhos: lobisomem na estação?

Esse mistério bauruense inclui um ser lendário que integra o imaginário das mais diversas gerações pelo mundo todo. Será que já houve um lobisomem assombrando nossa cidade? De acordo com essa história, sim!

Diz a lenda que havia um lobisomem que vagava pelos trilhos da ferrovia de Bauru, e os trabalhadores do local ficavam apavorados – em uma época em que não havia nem energia elétrica, dá para imaginar! Uivos, marcas de patas e até contatos com a criatura estão entre os relatos. Dessa forma, o funcionário de plantão na ferrovia em noite de lua cheia já sabia o que fazer: espalhar cruzes de madeira por todo o pátio da estação. E exatamente isso era feito!

Assim, diz-se que o lobisomem atacou a casa de um dos ferroviários, que acordou de seu repouso com os ruídos dos arranhões em sua porta. Pensando em se defender de alguma forma, o homem lidou com a criatura: arremessou um crucifixo em sua direção. O lobisomem fugiu e nunca mais o atormentou.

Foto: Divulgação/Flickr

Leprosário de Bauru

Os acontecimentos envolvendo o Antigo Asilo Colônia Aimorés em Bauru é capaz de causar arrepios em qualquer um. Afinal, trata-se de um local aberto na década de 1930 no qual pessoas com hanseníase, antigamente chamada de lepra, eram internadas compulsoriamente, isto é, à força. A doença infecciosa é causada por uma bactéria e, naquele tempo, não existia um tratamento adequado, o que causava muito sofrimento para aqueles que conviviam com o quadro. Pela falta de conhecimento e pela repulsa que se criou em torno da doença, até mesmo a casa das pessoas infectadas eram queimadas.

Dessa maneira, o local chamado de “Leprosário de Bauru” chegou a receber em torno de duas mil pessoas que ficavam totalmente segregadas da sociedade em “hospitais colônia”. Com as muitas mortes do Asilo Colônia Aimorés, foi criado um cemitério apenas para as vítimas da hanseníase em um lugar afastado. O cemitério, então, tornou-se um local abandonado e envolto por mistérios. Nas lápides, é improvável saber algo sobre as pessoas enterradas, como as datas ou as fotos.

O antigo leprosário foi tombado como patrimônio histórico de Bauru.

E essa área, hoje, é o Instituto Lauro de Souza Lima, uma referência no tratamento da hanseníase e de doenças dermatológicas.

Foto: Divulgação

Alienígenas Sem Limites

O ano era 1968. Daildo de Oliveira, vigia da sub-estação bauruense da Companhia Elétrica de São Paulo, trabalhava tranquilamente no turno da noite, andando pela área dos escritórios em sua ronda rotineira. Quando, de repente, ele viu a silhueta de um homem perto de um barranco, cerca de 70 metros de distância de onde estava. Logo em seguida, Daildo ouviu um barulho vindo de um dos escritórios. Ele percebeu o vulto de outro na janela próxima à porta de entrada da instalação, e conseguiu identificar que esta figura estava vestida com roupas pretas e máscara.

Seria um assalto? Para se proteger, o trabalhador pegou um tipo de tubo, um conduíte, e foi para cima de um dos homens. O que ele não esperava é que, mais do que depressa, o desconhecido desviou de seus golpes, e o objeto que segurava foi parar bem longe, deixando marcas em uma viga de madeira.

Nessa confusão, os dois homens entraram em uma briga física com Daildo. Mas uma terceira pessoa apareceu, dessa vez, com vestes em cores claras, uma pele muito branca e um cabelo que não parecia humano, segundo a descrição do funcionário da sub-estação, que narrou que parecia algo próximo de ruivo. Os estranhos balbuciavam sons de difícil compreensão e imobilizaram Daildo. No entanto, para sua surpresa, esse ser das roupas claras, depois, o levantou e disse algo que o trabalhador disse entender como: “vá para lá, seu vadio, que aqui voltamos ao término”.

Daildo, por sua vez, aproveitou a oportunidade para fugir e chamar o outro vigia que estava em seu horário de descanso antes chegasse o seu turno. Todavia, Daildo teve mais uma surpresa naquela noite de fortes emoções: ele ouviu um barulho muito alto e viu algo que parecia um furgão, com uma base de aproximadamente 10 metros de diâmetro, levantar-se do chão e flutuar. Com ruídos estranhos, o objeto saiu voando por cima da rede de alta tensão em zigue zague.

E foi aí que essa experiência ficou clara para o trabalhador: eram alienígenas!

O caso foi apurado (marcas estranhas de mãos foram vistas nos documentos que ficavam no escritório) e noticiado. Mas, apesar de tudo isso, de toda a curiosidade para entender, de fato, o que aconteceu aqui em Bauru, o episódio foi abafado com a entrada de Agentes do Exército e da Aeronáutica, que assumiram a investigação, conduzida em sigilo e repassada para o Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (SIOANI), um órgão secreto dentro da Força Aérea.

Logo, até hoje não se sabe as conclusões a respeito de todos esses acontecimentos.

Foto: Reprodução

II Caminhada das Lendas Urbanas de Bauru

Você é o tipo de pessoa que curte essas histórias? Pois então vai adorar o evento organizado pela Secretaria de Cultura, por meio do Museu Histórico Municipal de Bauru, neste sábado, dia 30 de outubro: a II Caminhada das Lendas Urbanas de Bauru.

O evento será transmitido no Canal do YouTube da Secretaria Municipal de Cultura de Bauru e terá dois momentos:

Parte 1, às 0h: Histórias que não estão nos livros;

Parte 2, às 21h: Histórias de terror.

De acordo com as informações da Assessoria de Comunicação da Prefeitura, este ano, o acontecimento foi viabilizado por meio do edital Culturas Remotas, e as esquetes serão apresentadas pelos artistas participantes: André Matiello, Danilo Eduardo, Etiene (Tica) Amaro, Lili Azevedo, Lucas Gaspar, Paulo Eduardo Tonon, Pedro Blanc e Robson.

“As esquetes irão ao ar já nos primeiros minutos do dia 30 de outubro, véspera do Dia do Saci e do Dia das Bruxas ou Halloween (31/10). A classificação indicativa é de 16 anos para as ‘Histórias que não estão nos livros’ e de 10 anos para ‘Histórias de terror'”, informa a administração municipal.

Imagem: Divulgação

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