Existem pais de diversas formas. Loiro, moreno, alto, baixo, torcedor fiel do Palmeiras, apaixonado por séries da Netflix, entre outros.  Mas todos, de um jeito ou de outro, influenciam o futuro dos filhos e das filhas. Alguns pouco; outros, muito.

Durante a infância e a adolescência, a administradora de empresas Natália Pagan, de 30 anos, junto com a irmã Taís Pagan, de 28, dividia a rotina entre os estudos; a antiga escola de inglês de sua mãe, a professora Ângela Pagan, de 60; e a loja de ferramentas e parafusos Romapar, que era dirigida, também, pelo pai Sidney Araújo, de 60, conhecido popularmente como “Ney da Roma”. “Não podíamos ficar sozinhas, então acompanhávamos os nossos pais para todos os lugares”, explica Natália.

A melhor hora do dia, para a araçatubense Natália, era quando estava na Romapar, ajudando o pai. “Eu ficava na parte administrativa, organizando papéis. Não chegava a atuar diretamente com o meu pai, mas eu sempre o observava de longe. Prestava muita atenção na forma como ele tratava os clientes.”

Em 2006, Natália ingressou na graduação de Administração da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná. Após a conclusão do curso, começou a atuar no setor de marketing de uma construtora civil. Era vontade do pai Ney da Roma que a administradora trabalhasse em outros lugares, porque queria que ela soubesse como era ser uma funcionária.

Natália Pagan ‘a minha maior preocupação é honrar o DNA que o meu pai construiu para a Romapar’
A administradora de empresas Natália e o pai Ney da Roma se abraçando durante a cerimônia de colação de grau ( Foto: Arquivo Pessoal)

A Natália retornou para Araçatuba em 2012, após os pais se separarem. “Minha mãe ficou com a Romapar, que pertencia à família dela. E o meu pai com outros bens e aí ele se tornou investidor. Então, eu decidi voltar para a cidade, ajudar a minha mãe, porque, afinal de contas, é muita coisa, e dar continuidade no trabalho do meu pai”, conta.

“Empresa familiar, de mulheres e para a família”

Recém-formada em administração pela UEL e com MBA em Gestão comercial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Natália retornou a Araçatuba vislumbrada com as técnicas aprendidas durante o período de estudos e queria colocá-las em prática. Mas, ao assumir a Romapar, a administradora percebeu que algumas teorias não funcionam na prática.

Natália, então, lembrou-se da forma que o pai tratava os clientes da Romapar e começou a resgatá-la. “Eu entendi que as pessoas não vêm à nossa loja apenas para comprar produtos. Os clientes são amigos dos nossos funcionários. Tem até cliente que já foi padrinho de casamento de vendedor. A nossa inovação, agora, é focada em ficar cada vez mais próximo de quem confia em nosso trabalho. Esse é o nosso DNA”, revela Natália.

Contudo, essa não é a única medida que a empresaria adota para melhorar o atendimento ao cliente. No ano passado, Natália concluiu o mestrado em Gestão da Competitividade, na Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP), e, constantemente, realiza cursos para adquirir conhecimentos e, assim, profissionalizar ainda mais a Romapar.

Conselho de pai é sempre bem-vindo

A empresária não abre mão de pedir conselhos para o pai, mesmo ele não participando da administração da loja há quase 10 anos. “Sempre converso com ele quando vou tomar alguma decisão, porque procuro entender como ele construiu essa essência da loja. A maioria das ideias é válida, mas algumas não por ele estar longe das atividades da empresa.”

Tal pai, tal filha

Os funcionários e clientes antigos da loja costumam comparar Natália ao pai. A administradora já perguntou o motivo e, na maioria das vezes, ouviu a mesma resposta: “você tem gênio forte e raciocínio rápido, assim como ele”.

Natália Pagan ‘a minha maior preocupação é honrar o DNA que o meu pai construiu para a
Na faculdade, Natália, junto com o pai Ney da Roma, apresentou um trabalho sobre a loja Romapar (Foto: Arquivo Pessoal)

No entanto, para Natália, o maior aprendizado com o pai é o de nunca deixar de ajudar o cliente, mesmo que isso não faça parte de sua obrigação. “Às vezes, alguns clientes procuram a nossa loja para comprar um produto que não oferecemos. Mas nós não o deixamos na mão. Procuramos pesquisar e entender como podemos ajudar ele. A pessoa vem aqui e ela encontra a solução para o que precisa.”

Sucessão

Casada há um ano, a administradora pretende, no futuro, ter filhos e passar a eles os ensinamentos aprendidos com o pai. “Todo mundo que está perto de nós acaba pegando essa mania de ser rápido e prático. Recentemente, o meu pai estava ensinando ao meu marido.”

Honra

“A minha maior preocupação é em honrar a minha família e o DNA que o meu pai construiu para a Romapar, que é a facilidade das pessoas comprarem aqui, terem um prazo de pagamento, a variedade de produtos, o atendimento ao consumidor. Queremos sempre inovar, mas sem perder a essência construída por ele e a minha mãe”, finaliza Natália.


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