O chapeiro mais conhecido de Adamantina nos conta sua trajetória repleta de surpresas e superação. O negócio atrai moradores de toda cidade, mas entre o início e o que ele conquistou até agora, revela a jornada árdua e espinhosa com um final feliz e saboroso.

Trailer que pertence ao Arnaldo Foto: Mariana Freitas | Solutudo

O início

Tudo começou há 32 anos quando Arnaldo Medeiros Shuindt, 58, decidiu abrir seu próprio bar. Na época, chamado de Bar da Bocha. A ideia do lanche veio quando ele começou a oferecer petiscos para seus clientes como uma forma de agregar dinheiro extra.

Mudança de planos

Primeiro, espetinhos. O negócio estava dando certo e outros produtos foram sendo acrescentados. Logo, surge no cardápio o pão com kafta, caindo no gosto da clientela que logo passou a cobrá-lo por melhorias no seu sistema de vendas. Por que não comprar uma chapa? Foi assim que ele começou a fazer um simples misto-quente.  

Sem experiência nenhuma como chapeiro, foi recebendo feedbacks dos seus clientes e aprimorando o processo e ganhando clientes todos os dias.

O chapeiro cativante

O bar passa a estar fora dos seus planos. Era preciso encontrar um ponto mais adequado para o novo produto. Foi no centro da cidade que avançou na estrutura dando nome ao negócio de “Barraku’s Lanches” e o sucesso foi certeiro:

“Passei noites viradas trabalhando, os pedidos eram muitos, uma bandeja de pães que antes era o suficiente já não dava mais conta do tamanho movimento”, afirma ele.

O Kaxorro-Kente escrito assim mesmo, foi criando suas raízes no gosto, principalmente dos comerciantes, estudantes e dos universitários da cidade. É quase impossível encontrar alguém que não experimentou o famoso kaxorro-kente do Arnaldo, como é conhecido, e que se firmou com um sabor marcante para os adamantinenses.

O segredo do sucesso

Os números de vendas mensais de cachorro-quente chegam a atingir 7.800 lanches. Nas segundas, quando oferece promoção, ele chega a vender 550 lanches no dia. Durante a pandemia, chegou vender 890 lanches em um dia.

Foto: Mariana Freitas | Solutudo

“Eu sou um cara chato que trabalho e me cobro muito, não deixo ninguém fumar debaixo da minha cobertura. Estou sempre ligado, atento e pensando no cliente, o que é o mais importante. Tenho organização financeira, pois os valores de tudo subiu muito, mas eu não subi o valor de nada e o cliente percebe, não tem problema se vou ganhar menos. Pense no seu cliente 24 horas que ele vai lembrar de você cinco segundos, o que é o suficiente, ele vai ligar e você vai vender“, disse Arnaldo que completa 22 anos como chapeiro.

Uma curiosidade

Todo mês ele envia uma média de 70 lanches para o pessoal do comércio como forma de agradar seus clientes e, assim, muitos acabam voltando com a família ou amigos para comer no período da noite. Isso ele não divulga, mas este agrado aos seus clientes acaba virando um marketing do seu negócio. Uma boa “sacada” empreendedora do Arnaldo, você não acha?

De geração para geração

Com tamanho sucesso, o filho começou a ajudar no negócio. Por vários anos trabalharam juntos e com os ensinamentos do pai ele abriu seu próprio negócio com a base na sua receita e está fazendo sucesso também, na cidade de Andradina.

’Foi de mim para ele, vamos ver se agora vem o filho dele também’’, diz Arnaldo rindo.

No pátio da feira

Recentemente, adquiriu em sociedade um trailler no pátio da feira (antigo pátio da FEPASA). A equipe hoje conta com Mateus, Diego, Fabinho, Rafael e Vitor que são seus ‘’discípulos’’, além dos entregadores, atendentes e chapeiros que aprenderam a receita que muitos tentam reproduzir e não conseguem, mesmo Arnaldo nunca negando ensinar o seu modo de trabalhar e, até mesmo, as marcas que usa. Talvez seja a magia do lugar, não é mesmo?


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